A Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Recife lança Jornada com o tema: O ESPETÁCULO DA IMAGEM E SUAS MÚLTIPLAS SATISFAÇÕES







        ARGUMENTO


Hoje em dia, convivemos com uma verdadeira embriaguez exibicionista, em relação à qual nenhum não tem sido capaz de regular. Pelo contrário, cada vez mais, esse signo de um gozo exibicionista, que dá a ver e captura o olhar do outro, força a barra do olhar.
Nela, não podemos localizar uma ninharia sequer de desejo, porque aí o desejo fracassou. A pulsão escópica, que se satisfaz sempre, retorna sobre o sujeito e o imobiliza no fracasso de exibir ao Outro seu ser falicizado. Torna-o, pelo contrário, num ser olhado por todos no espetáculo do mundo. Ser olhado de todo lado, a todo o momento e por todos não assegura, muito menos, o tudo olhar. Olhar, ser olhado, dá-se a ver é a mesma coisa do ponto de vista do pulsional. Os efeitos sobre o falasser é o que nos interessa investigar nessa Jornada.
O que se passa com o objeto olhar quando não está temperado pela castração? Que efeitos de unheimlich é capaz de provocar? Não nos esqueçamos de investigar a tendência paranóica de hoje, que leva os sujeitos a se sentirem olhados, filmados, vigiados, ameaçados pelo olhar do Outro. Porque esse é o efeito rebote de tanto olhar: ser incansavelmente olhado.
Pensemos, ainda, nos efeitos sobre os corpos desses sujeitos exilados do desejo e prisioneiros de um gozo mais e mais invasivo. Totalitário mesmo. Obrigatório quase. Sustentemo-nos nesse quase para darmos a conhecer o que tem a dizer, por exemplo, a clínica psicanalítica de orientação lacaniana dos excessos da pulsão escópica. Tragam suas reflexões, seus casos e, principalmente, suas questões e venham debater conosco, pois estamos interessados em ouvir e trocar ideias sobre uma temática diante da qual já não temos como fechar os olhos ou fazer vista grossa.
Haveria nesse excesso algo de um ódio de si, não recoberto pela imagem especular que não sendo simbolizado retorna no Real dos corpos? Tentemos dizer, cada vez melhor, a partir dos conceitos da psicanálise, o que seria a miséria do sujeito contemporâneo nessa sua identificação ao objeto contraface que tem tudo para lançá-lo superegoicamente numa incontornável vergonha de existir, de amar e de desejar e transformá-lo num exilado do Outro.
Com o adicto, seja do que for, mesmo das imagens, passa-se a mesma coisa que se passou com o operário nas fábricas depois das linhas de produção. Deixou de comandar, de decidir e passou a ser comandado, submetido, subjugado, num reviramento, numa transformação da relação do sujeito com seu objeto de gozo.
É o sujeito no lugar do objeto, objetalizado pelo capitalista modo de gozar, excluído do domínio e da decisão do seu do que, do como e do quando gozar. Daí por diante, estará comandado pela conhecida injunção superegoica: Goza! Obrigado a repetir mecanicamente o mesmo gesto: clicar a tecla de ligar do computador e digitar o endereço eletrônico de sua prisão virtual.
Um sujeito assim escravizado não tem mais nada do que possa se honrar, se valer, se impor. Nada lhe resta a não ser sua absoluta falta de uma razão para viver. Reconstruí-la é o desafio que desafia muitos psicanalistas de hoje. A Jornada é uma ocasião privilegiada para conversarmos sobre esse e outros desafios que, nesse sentido, enfrentem no seu dia a dia de praticantes.
Elizabete Siqueira

EIXOS TEMÁTICOS:
Consequências subjetivas do apagamento das fronteiras entre o público e o privado.
O infantil e o virtual;
Corpo marcado pelas imagens;
As múltiplas satisfações do espetáculo;
O impacto do excesso na clínica de hoje;
Quando tudo se dar a ver: inibições, sintomas e angústia.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
Times New Roman; corpo 12; espaço entre linhas de 1,5; texto justificado; com notas de rodapé na própria página, e não no final do texto; tamanho máximo do texto: 6000, incluindo espaços e notas de rodapé. A articulação com o tema, a clareza conceitual e o limite de caracteres serão referenciais importantes para o desenvolvimento do trabalho.

PRAZO PARA ENVIO
15 de setembro de 2015
Envie para Elizabete Siqueira, coordenadora da comissão científica, com cópia para Bibiana Poggi.

CONVIDADA
Fernanda Otoni Brisset
EBP / AMP

DATA
16 e 17 de outubro de 2015

LOCAL
Museu do Estado de Pernambuco

CONTATO
(081) 3427 0836 (fixo)
(081) 9 9529 2867 (Tim)
(081) 9 9369 6747 (Claro)

COMISSÃO CIENTÍFICA
Bibiana Poggi (poggi-b@hotmail.com)
Elizabete Siqueira (betesiqueira1@gmail.com)
Gisella Sette Lopes
Rosa Feitosa
Rosa Reis

Atenciosamente,

Biblioteca Maria do Carmo Vieira
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Escola Brasileira de Psicanálise
Seção Pernambuco
(81) 3427-0836


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