PSEUDO BIOGRAFIA



I

DEDICATÓRIA



Dos amores não vividos

projeto não só os erros dos já amados:

Tudo dos não correspondidos.

Das loucuras dos proibidos:

Amar

Com maior intensidade que estes todos.

Pois, eis minha única missão missão terrena.



II



QUE VENHA O APOCALÍPSE -
Conselhos aos críticos literários e aos leitores dogmáticos
Introdução

17/12/02 16:00



Se um dia perguntastes:

-Pai porque me abandonaste?

Hoje pergunto:

- Não soubeste o que é nunca o tê-lo (o pai)?

O sinal da traição foi o mesmo da união. O beijo do escolhido amigo: Onde estará o amigo que nunca traiu. Ou qual que ainda beija sempre sem um breve interesse?

Esse foi, sem dúvida, o diálogo da minha alma com o espírito do Cristo (que creio), antes Dele ressuscitar em mim, como em cada mortal.

Coitado do Adão que de única costela, a dos prazeres do pecado, do qual só resta a eterna culpa... Tudo que lhe foi dado, da mesma forma tirado, por quem criou a culpa. Será entre eles, Adão, a Costela e seu Criador elo, o amor? Ou será a falta desse, a razão desse monólogo que aqui venho imprimir rascunhos de meu julgamento, e assim rascunho:

- Um ser superior, para não deixar só sua imagem, cria das entranhas desse, a traição. O pecado sem mencionar o perdão? Até nisso foi-lhe semelhante? Como a sua relação com um músico decaído.

Mas, a maior trava é a imagem e semelhança. A divina máscula, e outra terrena, como o do já decaído, fêmea?

Bem, nunca fui, ainda, famoso, no entanto, das poucas verbalizações para um deus pagão televiso. Por isso censurado, pela demagógica aceitação da palavra INDIGNAÇÃO1.

Sim, como aquela motora homicida em Caim, mesmo que amante do irmão, se indignou. Mesmo que os dois tenham adorado, porém com oferendas que lhes eram dignas, que importa, pois a reverência foi ao mesmo Deus, mas onde se incubou a paz e equidade harmônica, se substituiu o amor, vulgarizado pela melancolia humana, advinda da infame comunhão tripla: Jaz a " Paz", essa criatura nascituro morto; "harmonia" desafinada e a divindade "amor", ou expressão divina, parece ser atuada apenas pela santíssima trindade nas sua justiça caolha.

Talvez assim, não sejam coadjuvantes, os mortais, em uma tragédia grega de imortais do Olimpo e, sim ao menos, figurantes que saciarão sadicamente, o imortal leão faminto em sagaz deleite da plateia, mais gulosa que este felino, enquanto miram do Olimpo o Coliseu, onde os dilacerados não têm nem a utopia da paz e amor, pois parece que consumida como pelos hippies.

Também, foram entendidos pelos seus seguidores, os do Nazareno, que cultivaram. Todavia nunca tão bem quanto durante o século católico, tido pelos artistas descrentes, como negro, diante de uma arte sacra, que negam que distorceram o amor apregoado por um Rei que se fez pobre para conquistar pobres. Porém, mesmo com esta disparidade, a paz medieval só é inferior ao do século passado. Pois as grandes massas não acessavam outra forma de guerra que a miséria. Hoje, essa perdura com milhares faces.

A paz da boa intenção da venda à Direita, por que a da Esquerda, é diabólica advinda da expulsão, dos três corpos ou matérias, em um só Deus: e em que espaço Dalton? Enquanto isso, os feudos queimariam a mim também, porém me encontro em uma "democracia" tão bem exportada da Grécia especialmente ao ser globalizada pela parte imperialista norte americana, aquela dos 10% da população e dessa última que nem chega a 1% dos que usufruem dessa "democracia", ou seja, apenas cerca de 200 famílias z-lionárias a partir da n-miséria de todos os demais.

Se este manuscrito ainda não me aumenta as labaredas, o amigo religioso, creio, que vai incluí-lo no "emprobis Index"2. No entanto, suporte-me ainda mais um pouco, só assim lhe tratando coabito com sua crítica.

Então continuarei com a santa guerra, isso se é que teus olhos não se me inflamaram em suas santa inquisição resinificada, saiba que essa "santa" guerra não ultrapassa a apocalíptica prognóstico ocorrido do que o rubro líquido chegaria às bocas dos cavalos e os 'hereges' cristãos só eram abençoados pos morten e estão agora ao lado, no paraíso, de Alá e de Javé, respectivamente, amém.

Creio em Deus que se ainda não rasgasse essa introdução, insana, a qual não equipara-se aos pergaminhos vegetais dos negros egípcios, menos lidos que as pedras do deserto levantadas pelo assassino Moisés e, também sendo mais facilmente apagáveis que os rabiscos do erudito jesuíta português Anchieta que, segundo a lenda, escrevia seus sermões para as ondas lavarem as areias. Bem, caros e raros leitores, eu tenho, possivelmente, se não a revolta tenho o não entendimento, o teatrólogo católico em tela, tinha ao menos o carinho do mar a apagar e levar os pensamentos dele. E eu que terei a me empreitar sorrateiramente?

Descrente fico, portanto, não deves ainda mais ler. Pois se es adorador de toténs3 , como hoje esculpem e erguem suas versões em bárbaros continentes civilizados, não me serás de boa companhia. Pois os escritos que encontras, tentando ser literário, além de pouco tê-lo alcançado, é mais provocante de convulsões e refluxos, como também ódio e hipocrisias ( essa se você negar que comigo comunga). Pois necessariamente da água que bebi, se um dia lhes molhou a língua, a feriu como se fosse fel, e realmente o é, em cada personagem que aqui encontraras. Pois sabes que o fel a base de vinagre usado pelos romanos era apenas para ampliar o sofrimento do crucificado.

Se comungas em continuar, veras a vida contaminada pelas intenções divinas. Mas não as aceitaras artificialmente, pois as descrenças das personagens e as alegrias fugazes eternizaram minhas rugas hoje presentes na linguagem indireta, inconscientemente querendo negar as feridas, ledo engano. elas riem e tripudiam da minha ingênua inteligência. Enfim, estaremos juntos em uma retórica de um relacionamento com a vida do passado ao presente que enlouquece com um sonho futuro, sempre confundido com a morte. Todavia, com um inesgotável desabafo contra o que me ensinaram como a justiça Divina.

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1.Referência a uma entrevista concedida a Emissora Globo, quanto a vivência do autor em uma reciclagem de matérias que eram doados ao trapeiros de Emaus, ONG idealizada por um Abade Frances, por nome Abbe Pierre. E representado em Recife por um italiano.
2.Obras que eram queimados pela santa inquisição nos idos séculos medievais, Tais obras eram tidas heréticas geralmente por professarem a percepção do mundo para além da visão teocrática. Aqui, o autor que também aludir a referência de um então Freud que quando saindo da Europa fugindo a perseguição nazista, vendo suas obras sendo queimadas afirma que esse fator era uma evolução a humanidade, pois séculos antes ele mesmo, e não só as obras estariam aquecendo o lenho cruento que queimava em praça pública .
3.referência as imagens construídos por possíveis ancestrais para terem uma referência divina, ou uma ordem política, essa distinção, pouco a história pode contribuir, ainda.



III
SANSÃO E DALILA
22/12/02 19:50


Angustia, esta singular amiga, não por única e sim por ser inesgotável tanto ontem, reflexo ultrajante do hoje. Quem sabe que assim a concebendo aprendo com ela em resinificar o futuro.

Acontece que, o antiherói4 interioriza-se além deste introspecção óbvia, mas também, sobremaneira, ultrapassa as entranhas em um bailar solitário de música recordável5 bailando no mais infinito deserto da minha massa cefálica, vivida saudosamente pelo ego deste anti-herói. Gostaria de me conhecer melhor, acompanhando este rememorado, daquele "eu" não me deixaria só, no entanto, faz presente quando todos estão ausentes física e, ou espiritualmente.

Entenderas melhor, caro confidente - em parafrasear machadiano - tal fato se concretizará se mergulhas no branco da solidão, melhor será se estiveres em uma plena e, única multidão ti abraçando como a mim. Mas, esta ausência teima acontecer-me quando estão presentes todos que insensíveis não vivem no contexto presente, pois morreram natimorto ou ainda sonha nascer e vivem como feto insípido.

O drástico é que a essência estimada pela antiga fagulha lembrada como o frio assolador do calor humano, calafrio sentido por nosso anti-herói quando fora traído pelo valor insignificante da traição, onde e desta, caíra as mexas negras, em tão lisos e finos que os pincéis japoneses invejariam, ao ponto que nunca vira um curva como se fossem pilares da imponente arquitetura grega. E com os cabelos castrados se foram as forças imortais.

Tal virtude direito divino doado também ao invencível Hercules, Buda, Maomé, incialmente foi dado ao Juiz inimigo dos filisteu. Tal invisibilidade egoísta ao ponto de tudo parecer a sua merecer é um ecoar de alaúde parecendo ser tocado a importuná-lo com seus presságios e agouros mortais, a reanimar o ânimo da herança heroica, rompendo as bases do Hades quando a depredação do Olimpo, assim a música, graças a estética Kantiana, dar o direito de exclusividade ao anti-herói quanto a apreciação das belas, expoentes de virtudes mentirosas, pois é inconcebível considerar a beleza feminina apenas pela estética. Mas o anti-herói chegou a essa verdade antes de outros heróis. Ao menos dessa desgraça ele é livre. E, se nosso Fundador da Academia de Belas Artes afirmou através de Brás Cubas que não semearia sua miséria através de um filho coabitado, o nosso anti-herói, nem amar, amou.

Se ainda não esquecestes tais manuscritos antes de ler este primeiro capítulo, pare agora e reflitas quanto o quadro que se pinta a partir do próximo parágrafo.

Vejamos o Pensador, obra imortalizadora de Rodin. Ele debruçado sobre a infernal prisão intelectual, decapitando lhe o pensar é para que não se ampliar tal restrição e chegar a aprisionar o finito espírito, revolta-se inevitavelmente contra os céus por saber a verdade divisora do bem e do mal. Não obtendo outro pavor maior diante da beleza da vida: Refletir.

Obviamente, se concebeste a gravura, oh incrédulo confidente, mas não sabes que a Alma herege, servem de verdades estampadas nas paredes da vida, nesta dimensão que a próxima é erguida nos alicerces da morte. Verdades queimam junto com a penitencia Divina, de tamanha arrogância que hoje sacra reafirmada pela "iconomic democratic"6, mas hipócrita que se resume ao messiânico capital que ninguém melhor que a figura feminina foi explorado a esse propósito apocalíptico: Consumismo subproduto do deus pagão, Dinheiro.

Embora, do delírio fugídio7, eis o conforto para a esferográfica: Voltemos a latente verdade que não quer calar.

Retomada, necessito apresentar tal morte que me surgiu que não com sua claridade dos corpos celestes e sim um estalo em penumbra gostosa de onde se teima, esta caneta, correr pintando palavras evasivas ou não, com certas redondilhas e redundâncias em perfeitos "muchochos"8 .

Hoje, segundo ano do século vinte um, mesmo contrariando a Nostradamus9, está nebulosa e quente noite que tenho como companheira, onde este manuscrito surge desse acasalamento confuso, mas que amo menos que a vela dar-me acesso a luz trazendo consciência para escrever meus devaneios, em um manuscrever palavras que nem um par de amigos creio vê-los a ver pela maldição bebida de Van Gogh10, a qual o empoderou ao ponto de nunca vender em vida uma tela e, portanto, morrer miseravelmente para eternidade .

Sempre caro e único leitor se não leitora, que parece mais saudável de disposição, pois tais equívocos não poderiam serem inseridas nas grandes academias literárias. Como também um nordestino que se prese não foge do calor que lhe racha a alma, cambaleante dentro da fragilidade pela pouca comida não pode ser heroico apenas, e não tem incalculável herança a construir como prever um Buarque de Holanda:

"Deus me fez um cara fraco

Desdentado e feio

Pele e osso simplesmente

Quase sem recheio"(...)

Que se compara ao hoje quando moleque do agreste setentrional em terras dos resistentes e quase extintos Xukuru, lá em Cimbres, refletida novamente pelo poeta:

"Mas se alguém me desafia

E bota a mãe no meio

Dou porrada a três por quatro

E nem me despenteio"

Tais longos cabelos pretos, ao ponto que encaracolava lhes parecia chupar as forças que o deixava seco quase junto aos ossos, como a esses querendo colar em um amor não muito promissor Sansão mesmo que Dalila chamaremos de "vida", esta que não parece vencida, entretanto, cansada ilusionista "vida" em sua contínua e triste labuta amando esse raquítico herói por pouco lucro, mas nada compara-se ao Deus que não é deus da "vida" que lerás do Deus que o herói da queixada de burro que contra um exército de deuses trazendo a "vida" mais doce que todo o mel na ausência de como saciar a cede, nem ao menos as salobras águas da árida Pesqueira.

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4. referencia para além do burlesco de Oswald de Andrade, em Macunaíma, e sim como Cancão de Fogo, Pedro Malasarte entre outros belíssimos personagens maestramente trazidos aos corações de nordestinos abençoados com cordéis comuns em nossa mitologia, em uma dessas o autor aprendeu a ler graças a diversos folhetins que encontrou na casa dos avós maternos do próprio anti-herói.
5.Trenzinho caipira da Nona barquiana de Villa Lobos. Salientando que a o Trenzinho caipira são versos do Alagoano Ascenso Ferreira e musicado pela MPB.
6 Referencia pafa a sociedade capitalista imersa em consumo desenfreado como moderador de um vício mortal.
7. Mesmo citando o termo patológico, não cabe aqui a este propósito, visto que além de o autor ainda não ter acesso a essa matéria, afinal, ele encontrava-se me mero segundo grau, com perceptível analfabetismo funcional que encontraras suas máculas em toda esta escrita. E, ainda, agora que ele pouco se familiarizou-se com o tema, não comunga com a patologização da vida.
8.Expressão que rememora os resmungos do autor ante os seus inúmeros descontentamentos, não só ante a sua frágil internalização da lei debilmente representada pela sua genitora, tanto que ela a sustentava a força bruta, mas também ao distanciamento dele ante a pensamentos funesto e pouco profundos dados em respostas rápidas diante qualquer mero dilema da vida, parecia um prenuncio da postura cética do próprio ante os contexto que ele viria a viver.
9.Profeta astologo que afirmara que o fim dos tempos se daria no romper do século XXI .
10.O autor que sugerir que o presente artista plástico deveras embebeceu-se em seus devaneios ao ponto de apenas alcançar renome a retratar o seu autofragilizar . Necessariamente o tardio esboço deste manuscrito sair deste estágio a ser publicitado também demonstra um receio do autor se entregar aos seus devaneios, isso ao menos publicamente, mesmo que para os mais íntimos isso já seja realidade.


IV
PRANTO DE ULISSES
23/12/02 11:45



Para que irmos ao Hades11 se não só o temos involuntariamente a partir da insolação a torrar a tez, como fervilhar o pouco juízo, já não presente, se é que foi um dia coerente, sóbrio, mas a brincadeira a prova da infância não deixa perceber que o sol teima a queimar a meninice e presentear o corpo precoces rugas evidentes nos sulcos da face desde tenra idade, porém a pior cicatriz fica na alma, onde a pouca harmonia com a sociedade foi sepultada naquelas marcas.

Não percebe, ele, sobre os trilhos dos trens, bem mais quentes, onde ele se sentia-se um verdadeiro fantástico acrobata sem necessidades e obrigações de agradar a ninguém além do seu impulso liberto. Assim imune das culpas, que não tardaria de o avassalar bruscamente quando voluntariamente ia-se ser sentidas, inconsciente ou ironicamente, em prisão que se utiliza de um eufemismo, educacional.

Mesmo ali naquelas paredes da escola estadual, onde ele tinha aventuras de Peter Pan12 que como este não só não queria crescer, tanto quanto (11) o impulsivo menino branco, de pouca fala, que quando cabelos ao vento seco, ora agradável humilhado pela hostilidade do sol lá de cima imponente, ora parecia não se auto perceber da grandiosidade de equilibrista, mesmo que nunca tivera visitado um circo ficava por ali ao caminho agreste para a prisão, ia cambaio do menino tímido que quando sozinho, como agora, é senhor da corda bamba sempre desafiando o malfazejo.

Sim caro leitor eis o senso superior, de pouca humildade, mesmo não tendo de que se vangloriar materialmente, mas isso é tudo para o Sr. Peter Pan13 porém a superioridade está no fato que nem o autor sabia que, nestes trilhos, o poder e Ascenção que lhes espera; é o mistério que não está neste desconhecer e, sim no fato que já lhes confidenciei, um não ao mundo adulto. Essa sua glória de nunca ao adulto centrismo ter-se curvado.

Mas nesse antiheroismo, ainda desconhecedor de sua natureza, verterá lágrimas que a ti hão de soar emocional, todavia repudiável. Um pedaço de pão que lhe engulha, pela falta ao menos de agua para desentalar, foi comida perene, a quem chamemos aqui, "vida".

E o anti-herói, terá as mesmas e, até maiores atrocidades que lhe quererás forçar o crescimento ou envelhecimento precoce. E graças ao inferno que Deus lhe pague, não conheceu, ele a riqueza elétrica, a qual neste século XXI faz necessariamente não só crescer ou envelhecer e, sim morrer por negar a verdadeira essência de viver: a infância. Imagine se ele naqueles anos torrenciais além dos frescores juvenis teria lhes levado ao frio, a ingenuidade. Esta que até hoje lhe salva a alma de deserdar o corpo.

Nessa negação tudo é negado e nada é degustado, toda sua natureza a até a mais suave e agradável de ir se formando em belo no silencio do dia a dia, como as coisas do coração é destruída numa velocidade estonteante para além da velocidade da luz. Elétrica é claro, onde tudo parece ser mais esclarecedor(12) no entanto insubordinado aos prazeres de um real amor.

Naqueles anos de escuridão, quebrado apenas aos candeeiros, na década de 80 tudo seria estonteante quanto louco, como encarar o astro rei cara a cara, mas o benefício dos caboclos nordestinos que eles têm na vida só poderia ser extinta quando este estado de "vida" se sufoca-se com a miséria da fome, tão comum. Pois o resto era digno de uma divindade.

Voltemos aonde deixamos aquele garoto sobre os trilhos do que ele chamava destino, sem saber que ele o tem sob os pés. Naquele caminho que o levava para além das salas mórbidas prisões por não serem dialéticas, mas queriam ser didáticas, tal qual, lembra a declaração de um lusitano "esta educação é garantida pela quantidade de que podes carregar nos bolsos para bancar suas transgressões" 14. olhemos apenas os campus universitários onde apenas 1% realmente frequentam as aulas e será se destes haver quem esteja apto ou almeje fazer diferente ao que foi citado do lusitano.

Mas para aquele infanto existia muralhas como de areia lá do Pina15 , onde tal herói deslumbrado com imensidão de águas salobras, lembrando os trapiches comandados por um Pedro Bala do Amado Jorge, abestalha-se. Mas sobre nosso garoto de olhos vermelhos(13) renderá um futuro capítulo, e conheceras uma das pessoas responsáveis para nosso garoto perceber seu valor, portanto, aguarde impaciente leitor.

Então voltemos para aquelas areias brancas da escola tinham o dom de sujar as fardas de um preto, (agora o racistas irão me discriminar), a branca de preto é tudo que gostávamos de está e quando preto o chicote rolava a solta para voltar ao branco mas doía todo o carinho da Rosa16 , tão bela quanto bruta, quando se expunha ao sol ficava mais linda que brava, era racista? Mas os brucutas17 como me chamou um nordestinozinho do Cruzeiro no Nordeste, quando em viagem que fiz por aquelas bandas em sentido a cidade do Juazeiro do Norte, não para o adorar o totem lá erguido encravado no centro da ignorância de uma nação, mas sim para ver de perto como direcionam mal o poder da fé e também sentir a sensação de dor de (14) uma viagem de pau de arara.18 Tais brucutagens na escola era feitas em pegas esconde-esconde pelos que pareciam um pentagrama partiturado desenhado a sincopes de uma música ligeira mais sem pressa de acabar e lírica quando hoje, parece bailar em minhas lembranças e doçura meiga e infantil saudosa.

Naquelas manhãs de sangrento suores tal harmonia parecerá uma epopeia a de Ulisses contra Tróia ante o presente mortal, assim analisavam, por cima das lentes, os professores arcaicos, tais criaturas brutais deuses da alfabetização eram tão imperdoáveis, insensíveis, pois até Zeus precisava ver que nem perdurava em resistir as tais sanfonadas, maravilhosas saias azuis, que eu não precisava de outra ninfa para meu coração de roubar.

Pois, foi o suscitar do doce ocre do desejo, que me apreendeu em encantos um par de olhos claros de mel, que faria qualquer Pã esquecer os prazeres do vinho límpido e suave, por este mel que representava muito mais que fertilidade, nada mais fértil, oh deus símbolo pagão, que aqui digo sua identidade, tinha segredo como seu curioso aqui, tá curioso! (15)

Mais caro leitor a Aparecida, apareceu e foi o deslumbrar de aparecimento de uma dor prazerosa, que eu e nos que estamos atento aos chamados de sua pernas. Uivamos tamanho prazer que "Hera" não só praguejou contra Aparecida19, e sim contra mim. Pois a linda vizinha, que nunca me fez castração ou extinção de assédios que lhes lançava com a simpática de olha-la que meu sentidos lhes penetrava e com destreza para não se percebido ela se fazia de despercebida, deixando rouba-lhe a virtude subindo com olhos entre pernas até todo o prazer de observador concentrado, mas essa feiticeira também não molhou minha felina língua sedenta e definhei desejo roubado por mim mesmo condenado.

Voltemos, pois essa prisão do desejo é o segundo destino do caminho advindo pós as salas em triste presente choro de ir a um ambiente e deixar a gostosa apreciação e, na sala ilhado, mas também orgulhoso da aventura de lamentação, mas que de quando diante da primeira prova denunciada pela escola, a qual revelação me frustrava a hipótese de ser aprovado ou reprovado quem são eles que pensam em recriminar meus limites? Quando interrogares porque verá se repetir(16) esta odisseia que Ulisses de amores sem Helenas e ficarão na imaginação dos prazeres ainda não vividos, postergados a cada capítulo que os amores não só merece um capítulo e sem encontra-se em todos eles, se não os tive, mais braços hão de me acalentar?(17)

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11.O autor, no presente momento da elaboração desta memórias se afiançava agnóstico, ou ateu, ao estilo dele. Mas não escondia sua percepção que algo estava sobre ele, talvez concordando com seus ancestrais Xukuru, que creem em um sincretismo místico panteico e cristão. Mas também, as seus contatos com as supostas divindades afrodescendentes presentes na cultura afro-brasileira que permeiam o imaginário do teatro pernambucano entre outras fontes artísticas que o autor se camuflou, onde ele tenta negar tais correntes permeando o texto com citações maus elaboradas a mitologia grego romana, afim de dar um bril maior a escrita, ledo engano.
12. Esse herói que sempre será cortejado na vida do autor pois logo que ele percebeu que a beleza não está no adulto centrismo ele tornou-se mais feliz, pois contem-se com as cosias mais simples do universo.
13. O autor sempre gostou de usar esse trocadilho PP ( do personagem com o seu próprio nome Pedro Paulo).
14. Citação, criado pelo autor ou ao menos fruto da vivência ativista do mesmo.
15. este trecho se referirá ao fato de que quando pré-adolescente ele se perdeu entre as praias de Boa Viagem e do Pina.
16. Pseudônimo da Genitora do anti-herói.
17. termo usado na cidade de cruzeiro do NE referindo-se a amigo, colega.
18. Meio de transporte historicamente usado no NE em forma absurdamente desumana.
19. Primeira paixão do anti-herói.

V
 
PSEUDONIMOS
24/12/02 21:05

Mas sei sua interrogação de porque chorar - lagrimas de Ulisses, podia ser de qualquer um demônio, ou arcanjo não decaído, porém foram de um mero imortal, que sonha com a morte não existente; mas a prova da escola primária, abria-se para a eternidade, em prova da "vida" em sua perene prova e reprova! Dizia a inimiga "vida", não desta Dalila de Sansão e sim o instrumento deste Deus Universo deixando meu pseudônimo sobressaltado de aprovar a alternativa para o meu também Peter Pan não ser empurrado da te de pau aos tubarões que no (18) agreste setentrional  engasga e frustra a qualquer homem em corpo de menino, que rejeita a cada ausência da "vida", a de Sansão e, rejeitando o pseudônimo bíblico, ou das Odisseias, mas precisa usar continuamente o Peter Pan sem as influências da televisão e sim o romance do Peter que leu. Isso para continuar sonhando ao negar que nunca mais verteria lágrimas a cada prova da "vida", todavia, o anti-herói apenas secou-se, embruteceu, seu coração em pedra ( Pedro) e pequeno ( Paulo) tornou-se esse minúsculo pedregulho, porque não dizer pó único solto da poeira que feria sempre meu orgulho ao chora:
- Poeira.
Desculpa para negar a dor, menos a ele. Mesmo assim encontrei outra estratégia diante de denegação.
Mesmo que a memória corrói o ego chora diante de uma tão bela professora me chocou mais que o primeiro contato com olhos de uma dentista que o pseudônimos, que aqui, chamo-me anti-herói, que em dores lhe disse:
- Seus olhos são lindos, fez parecer apaixonado a lágrima que por medo verti, todavia quero acreditar que pareceu por ela vertida. No entanto, esta foi o propósito de uma demagógica e astuta covardia machista que em apenas aos sete anos de pseudônimos já estava internalizado no nosso anti-herói.

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V I
 
"REMOIO"20
24/12/02, 21:05
 
 
Mas que contradição, já lhes falei de onde vim? E o horizonte que cai por aquelas bandas? Conheceras-me tão lentamente  ao correres tua assimilação de leitor (19) e quanto ao amor que tenho a escrever para não perder o saudosismo. "Ponhamos os pingos nos is" assim falou Nazareno Tourinho21 em sua imortal personagem Padre Elias, tal dramatização dá-me nós.
 Naquele ínterim acidade, na vila de Cimbres, existia uma bela Rosa, á tentei vos a introduzir, da qual fui testenhumo de todo um amor, um tonto e tormento incestuoso, um negro enfermeiro22, poder que de  quase deus, quando me  salvou de uma espinha de peixe que nem farinha fez descer, se ela não queria matar, ao menos voz queria cessar, talvez eu na minha medíocre vida não tinha vertido tantos impropérios. Enquanto a paixão da Rosa, já era fluente e frequente, qual filho que não se incomodaria por um homem que invada seus domínios e principalmente esse lhe furtava a Rosa, que não era assim chamada por mero exagero, mas quando, Ela, era assanhado ao sol as pétalas de seus cabelos eram tão belos quanto as roupas das mais singelas rosas, ou ainda que animada ao sol, bastava-lhes deste, os raios "tardinhas" - vespertinos, das 16 horas para seu semblante assemelhassem a da, por mim, apreciadíssima manga rosa de tal tez tão branca, não leite e, sim róseo belo e vívido. tamanha bela virtuose que concedia a mim filha dessa Hera a percepção de minha origem oriunda de um Olimpo. Era tão cheirosa, quanto formosa, mesmo sem os apetrechos e arranjos tecnológicos contemporâneos e sim de uma origem inata rosa (20) e qualquer um, que vítima do carinho de ser por ela mirado, pelos seu olhar "apetalado" de singularidade em sua singeleza refletia, mesmo constrangendo a tantos marmanjos aos mais vis desejos, levando a esses tipos tidos como homens feitos, a criancinhas medíocres pois perderam sua mais vital porção, a ingenuidade. Assim, justiça feita, eu herdeiro desse colossal monumento, ardo ainda hoje em ciúmes.
Minha mãe, talvez seja a única, mais apenas que Deus, responsável por ela, pelo o amor que a tenho, não pela a "vida", mas sim pelo viver em tremenda ira que fico de ter que estar a sobreviver. Porém, não mais ou ainda a essa ira, voltemos a este capítulo, o qual pretendo enfim para apresenta-lhes minha genitora.
Tal guerreira tal qual a " Maria" cantada por Eliz23 fica a deriva, como mal perdida diante daquela preciosidade não meramente para mim e sim para todos que teve ao menos o prazer de ver seu resplendor, por isso aquela verdadeira heroína se despediu tão precocemente, o mundo se desestabilizava com a presença dela, não é em vão que a década de 80 é tido como a perdida ( economicamente) testemunho do colossal valor dela e, também é o fim da ditadura e o começo precário de uma democracia que perdeu sua heroína, ao nascer.
Criou-me em fibra que não sei onde encontrou. Talvez na época da gestação sobre a carroceria de uma rural, com a barriga pela "boca"24 que quase vira a tal condução, chovia e de susto ela resistiu no último momento contendo em suas forças todas as outras da natureza subjugando a essa sem dó por amor a mim. talvez por isso sempre no último estante até hoje me safo das adversidades.
Todavia, voltemos, esse ser supremo, em corpo feminino, de nome macio e sem se humilhar aos seus ascendentes, e muito menos, aos homens, porque como libertária que foi e sempre será, não se submeteu nem ao meu genitor, que pensou em dominá-la, tal qual? Aquele ser superior que Persefones25 gostaria de se inspirar para ser libertar do inferno para onde foi raptada e gostaria de lhe queimar por não conseguir ao menos a imitar, mas isso lhe apresento em um momento único não agora meu caro leitor, como esse andar desta carruagem puxada ao prazer de escrever sobre a única mulher que, deveras, amei.
Desta cidade de nome de pescaria, mesmo que desconheço mais de um rio pesqueiro por aquelas paragens, por outro lado, esta cidade nega sua verdadeira origem tanto quanto eu que desconhecedor a profundidade de minha real origem autóctone de um sangue se Xukuru, corre em nome de um tal Sebastião Paulo, Paulo ou Paula sinal de todos os descendentes desta linhagem ascendente. Mas dos Paulo's e Paula's, basta, por enquanto tais e nebulosas informações, pois não é em vão que até hoje aos Xukuru são negados a sua contribuição a frágil nossa Democracia, redigida a partir da Carta Magna de 1998.
Minha mãe, antes de mim engendrou uma única irmã, portanto mais velha e, quando a última nascida e viva, nasceu, a primeira MJ e esta última AC resultado do amor negro da Rosa, que além do meu foi o único que realmente pude conhecer. Dessa última relação, foi possível perceber a força titânica da minha genitora, ela para me trair amou a aquele negro, qual entre amarelos nunca foi bem quisto, tanto pelas mesmas razões macabras de sangue de inocentes animais e oferendas misteriosas que alimentavam o frio preconceito imerso no calor do medo favorecido pelo sonho barroco impregnado nas veias psicológicas dos meus conterrâneos e este errôneo caráter mesmo que impresso na personalidade da minha heroína não era maior diante da virtude de desafiar tanto o machismo como a alienação católica, parecendo saber discernir fé e religião. Como também na sua pouca força e talvez vítima da humildade da minha Rosa.
Morávamos diante de um matagal cheio de mulungus26 e um belo riacho de aguas verdes, que ele pouco se molhou, não por falta de desejos, foi onde os pés ainda pouco também (21) me embrenhava
não sei real razão, além de certo receio daquele matagal, meio verde e bastante acinzentado que parecia todo inverno se queimaria na ausência de água e frustrado ficava seco, sem minhas visitas pois que me assustava a possibilidade de lá adentrar desacompanhado.
A esquerda desse mato tinha os já comentados velhos trilhos que me conduziam a escola, bem como ao centro da cidade onde a feira coisa única que realmente adorava na estrutura social da cidade, a feira que confesso deveria nomear a cidade.
Naquele mesmo roteiro ficava a casa de um dos meus tios maternos, Tio G., nesse tempo deixar-nos-ia por uma aventura amorosa ou sexual. Na realidade deixava filhos e esposa. O menino R, se não intelectual, ao menos muito engenhoso, como  religioso, duas verdades que antes invejava a primeira grandiosidade, hoje sonho com a segunda. Sua presença era tão  agradável quanto a outro primo de mesmo  nome do nosso Tio G., esse primo G. filho da mais bela índia que me inspira em pensar nos Xukuru, Tia H., única parenta capaz de rivalizar com as virtudes de minha genitora.
Daquele ambiente, presente mui fortemente em minhas memórias materno - paterna, que ela, a Rosa, foi os dois. Mesmo que eu já tinha vivido apenas sete dos anos que me confiam mais prazer do que todos que hoje já vivi. Aqueles foram tão fulminantemente intensos como se o destino dali se escreve e o meu severo futuro em meio a saga qual tão estimulante (22) como o pulsar apaixonado.
Mas meu caro leitor, rompo contigo, qual gosta de apresentações lineares, tanto dos personagens como das memórias, portanto, lhes apresentarei em forma de marionetes, quando estiver no ano as necessidades e circunstâncias apresentaram-se por si só as personagens.
Pois agora sinto-me sentado no Olimpo com a graciosidade de um carbono a rascunhar confusões de uma suposta biografia, remanescia de 20 anos sem merecer necessariamente o destino de ser um romance, prosa ou verso.



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20. Termo, usado no sentido de reminiscências advindas da ira diante das adversidades da vida em perfeita retorno inevitável dos questionamentos contínuos.

21Auto do Nó de Quatro Pernas, texto onde foi sensibilizador do anti-herói em perceber a possibilidade de unir debate entre a fé e o mundo secular.

22. Namorado da Rosa e genitor da irmã mais nova do anti-herói.

23. Eliz Regina, interprete de Maria, Maria. Salvo engano letra e música de Milton Nascimento.

24, Quase nascimento prematuro que sofreria o anti-herói se a camionete que trazia a heroína do plantio de tomates onde ela trabalhou enquanto gestante.

25. Esposa raptada pelo seu esposo Hades.

26 Arbustos comuns no agreste, concedendo a este um ambiente pouco verde, mas rico em fauna e mistérios em diversas entocas e ocas que o anti-herói brincava de ser adulto.

Atualizado em 20/07/13



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