SOBERBA: UM DOS MALES DA ALMA EM PLENA POS-MODERNIDADE


Parafraseando, os humildes herdarão o reino da terra, pego-me impelido a indagações do tipo, será que a vida não mais vale a pena; o mundo não tem seus encantos (?) E por outro lado, inferências a exemplo: “viver é  uma dádiva  fatal”; “a vida é  curta; Para morrer basta  está  vivo”  fazem-me buscar meios de canalizar a  pequena, despretensiosa e presente  reflexão.
Nestas citações e a paráfrase, parece-me que se, por acaso, desenvolve-se soberba, poderia também, fomentar-se humildade? Pois se o sopro da vida é  que nos resta de fato, mas então, o que será que se processa nas mentes de quem se esquece de agradecer por essa benção tão sublime, pois, sutilmente ela se esvai, ou se consome  tão drasticamente  que, do mesmo modo,  padecer-se-á tão abruptamente aqueles que assim vivem, como  se diz, “quem semeia ventos, colhe tempestades”, igualmente a “quem corre cansa...”.
Voltando-me a possibilidade  de fomento da humildade, pensando como “advogado do diabo”, por não crer em virtude apenas inata, especialmente, sem ser lapidada  pela vivência, “sem ir ao deserto não se chega ao oásis”, ou seja, não há  vitória sem lutas. Porquanto, independência para além da liberdade e esta sem o embate. Porém, isto é um processo evolutivo galardoado aqueles que percebem que só deixamos de  desenvolver após  viramos pó. Pois  até  o corpo mortificado segue-se o ciclo da mãe natureza.
Essa é  uma das premissas que  acho hipócrita e soberbo por parte de alguns que em suas religiões se escondem ao temer a morte. E pior, ora ganância, instrumentaliza-se de dogmas e culturas para matar, saquear e estuprar em nome da exploração imperialista à moda da pós modernidade.
Em ambos casos, segue-se apenas ao caos que se avoluma entre as pessoas. Um triste retrato disso é  o sintomatizado nos crimes violentos letais intencionais (CVLI’s), onde as principais vítimas  são quase sempre mulheres, crianças, adolescentes, negros, índios, pobres etc., em suma, todos aquelas  vítimas de quem se utiliza da relação  desigual do poder, afim de manter uma histórica harmonia vil e degradante de todos os precários avanços  de nossa sociabilidade.
Uma triste e até  desamparadora constatação que me parece  é que quanto mais avança as reivindicações de maior amor à condição peculiar do outro em sua diferença a ele inerente, para além dos direitos fundamentais, mais cresce  a resistência  de forças conservadoras, pura e simplesmente, para a manutenção  das vis covardias.
É  uma máscara  da soberba, das mentiras  sociais, frutas das divisões e não  das diferenças. Melhor da segregação cada vez mais evidente, dos historicamente usurpadores dos bens que a maioria luta par manter  mais não  desfruta deles. Onde se utilizam de uma medíocre consciência   sobre as diferenças,  para as separar e as enfraquecer e explorar numa manutenção da precárias sobrevidas da maioria.
Mas mesmo assim, a soberba também  não  é o caminho para sair dessa miserabilidade, pelo contrário,  um melhor caminho encontra-se na humildade. Tanto que a certeza que sós  somos fracos e sem voz, como também, não a confundi  com a humilhação, por exemplo, de usar mesmas armas que o nosso algoz, sobretudo, a violência nos humilhando a vileza de quem se instrumentaliza de tão frágil comportamento.


Portanto, carecemos  de todos e com aceitação  amável  da condição  peculiar do companheiro e em busca de armas da paz, como o diálogo, o embate  político  participativo e a permanente  certeza que não podemos deixar de nos resinificar,  capacitar, formar e reciclar.

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