ITACURUBA-PE: DOS INUNDAMENTOS ENTRE ÓCIO E A DEPRESSÃO À USINA NUCLEAR?


 

A história indica que cidade de Itacuruba, nome do tupi-guarani, pedra cascuda ou furada, terras onde então os índios rodelas, desde 1673, já sofriam a influência católica, através dos capuchinos franceses, já com o nome de Ilha de Sorubabel em 1972 sofre então a maior inundação do São Francisco que a história registrou, viria cidade a ser destruída por aquelas águas sobretudo, estruturas católicas.



Ao saber que Itacuruba, cidade de pouco menos de 5 mil habitantes, localizada no Sertão de Itaparica, foi novamente inundada, agora para dar lugar a uma barragem, de mesmo nome (Itaparica), fui surpreendido com a informação que a partir do incentivo Econômico do Governo Federal, para que as famílias reconstruíssem suas vidas não muito longe da antiga Itacuruba, citam parece que os munícipes supostamente se acomodaram com tal apoio e sintomatizaram em não conseguirem reconstruir suas vidas inundadas, nesta feita não mais pelo avanço do Velho Chico e, sim pela necessidade ajudar a região ( dura missão com alto preço) com investimento em energia não renovável. Mesmo que a região, não precise desse investimento.

Logo após eles foram destituídos de tal ajuda uma das nossas emissoras, comprometidas com a imprensa sensacionalista, afirmaram que aquela cidade tinha uma população além de ociosa também depressiva.

Mesmo que não, como não poderia? Longe do centro político administrativo, imerso em aridez tremenda que queima qualquer sonho e ainda destituídos de sua virtude junto ao Velho Rio (...) eles por mim percebidos, os sertanejos, quando longe das pequenas urbanidades se localizam dentro de seus pau a pique parecendo se esconderem de tanta radiação, ou negando tanta vegetação nunca morta apenas cinza para não serem atormentados pelos raios(...) enquanto os animais nativos são noturnos naquelas sequidões o bicho homem dorme cedo querendo afirma estarem em meio a um eterno pesadelo.

A presente postagem refere-se a uma pequena reflexão quanto as desapropriações de subjetividades, identidades, casas, terras, comunidades e cidades por suposto interesse social, mas nunca de alma e personalidade forte e bela daqueles sertanejos. É o caso de Itacuruba. O que aqui mais é dolorido é como a realidade de um país que não projeta atos sociais e sim apenas econômicos, parece que sempre explorando tudo e a todos, em nome de beneficiar grandes grupos internacionais onde os nossos pequenos capitalistas negociam nossas reais riquezas e potencialidades, sempre em ações "politiqueiros" pois se sabe que política de estado não se presa em explorar vidas.

Penso que se o incentivo aquela cidade, possivelmente tivesse sido socioeconômico, além de ter sido estudado o impacto à população, como também e mais importante, teria sido dado real contextualização em pesquisas interdisciplinares o mais correta possível ( possivelmente antro, sociológica e psicopatológica) atrelado a um resgate social das potencialidade daquele povo e seu missão não só o trabalho ( agricultura e pesca, no caso da cidade em tela), e sim cultura, etnia e o que chamo aqui de arqueologia da alma de um povo ( biopsicosocioespiritual) e ainda, o vínculo com o antigo espaço inundado, esse possível sofrimento não teria ocorrido com tamanho impacto, sobretudo, se tivesse sido projetado quais caminhos aquele povo poderia seguir após tamanha violência.

Mas, ironicamente ou não, na atual Itacuruba, está fincada um dos mais importantes observatórios astrológicos do país, com credenciais internacionais. Parece que é melhor olhar para o céu, enquanto o chão lhes foi tirado parece tão subitamente como nos idos séculos da invasão bárbara europeias.

Em diálogos informais citam que na Itacuruba atual - se fosse irrigado como as terras da região Sertão do São Francisco ( área de Petrolina), onde se desenvolve diversos cultivos que após o Cabo de Santo Agostinho é o maior potencial pernambucano - poderia se desenvolver se lá fosse fomentado naquelas áreas, que também recebem águas do velho Chico, assim poderia ser fomentado maiores potencialidades reais daquela região como a agricultura, quiçá tipo de importação, ou ao menos, a miséria não seria estampado naquelas paragens.

No entanto, essa possível potencialidade além de ser negligenciada também é ignorado à vida daquelas cerca de 5 mil pessoas que podem necessariamente estarem afetados tão impactante mente com os descasos e desmandos dos poderes estabelecidos planejam outras violações gritantes de Direitos Humanos. Assim mesmo parecem aos poderosos, além da provável ociosidade acometida e a frustração diante as potencialidades ofertadas ao não terem sido dignificados em suas origens antropológicas e etnoculturais podem sim, desenvolverem um complexo emanharado de sofrimento psíquico como a depressão, coletiva.

Pensam, ainda assim, tira-lhes algo que ainda nem se identificam, que inscreveram em suas personalidades além de um nome, uma origem, uma mística transcendental que se concretizava no real matéria da terra, árvores, fauna, fotossínteses e etc., antes roubado e que o Rio já sinaliza um dia que os seus poluidores também feririam os seus amantes, os nativos com a inundação planejada para benefício também daquela cidade, porém agora com nova perniciosa ação que não só não é em benefícios a ela, como a põe em risco como aos que dependem do Velho Chico, parecem querer matar os maiores indicadores de vida daquelas paragens, o Rio e o povo que dele surge.

E, é a pior agressão, trata-se agora da não só especulada, a invasão perversa de uma segunda intervenção odiosa dos poderes estabelecidos, que tão estupradores planejam implantar na região uma usina nuclear. Isso mesmo contra a opinião pública brasileira que 3/4 rejeitam tal possibilidade e, ainda, do auto risco de uma contaminação ao maior rio em extensão do Brasil. Sobretudo, agora que ele está fomentando o crescimento da região, posso até dizer que um breve desenvolvimento daquela região. Breve, porque sabemos que os lucros correm ao exterior enquanto aqui fica o pagamento do trabalho análogo a escravidão.

Porém, são sordidamente, que quase não se é especulado em mídias locais ou regionais, sabe-se apenas que as 5 mil pessoas apenas além de não terem sido a eles fomentar um luto, ou ainda, construir nova identidade novamente tem suas poucas raízes cortadas tão miseravelmente que podem sim, sentirem-se perdidos e desesperançosos. Além do risco da poluição ao rio, o risco a tantas cidades circunvinhas.

Enfim, necessariamente, sabendo que sua fonte de alegria sofre grave ameaça tão poluente e que estão a beira do fim dos tempos com uma ameaça permanente da vizinha morte de si e de sua fonte de esperança o Velho Chico. Qual a afetação que tal cidade pode sofrer?

Então como não ficar ocioso, aguardando o fim inevitável se não perceberem que temos tantas fontes renováveis de energia: Solar, eólica e até a poluente hidroelétrica, mas essa possivelmente inviabilizada porque os poderes omitem cuidados ao Chico que amplia assoreamento.

Ou, como não sofrer psicologicamente se a morte se renova com cada desejo de crescimento negado e a cada avanço de um pseudodesenvolvimento? Mas como um depressivo se sente, o mais importante é esperar a única força vital para um grande final. E o melhor ( ironicamente) que nem é preciso por força a quem querem manter 5 mil pessoas presas em sua catacumba coletiva ou um dos mensageiros da luz, Lampião? Ou do conselho da paz armada, Conselheiro? Ou de um político espiritual? Padre Cícero? Ou por fim um poeta sonhador, Gonzagão?

Não, apenas um de cada um jovem que vi luzir em sonhos em escola de referência estadual, pena que nestas apenas se estuda e pouco se educa. Pois, sabe-se que se ensina para projetos análogos a escravidão, por sua vez se educa para a vida. Essa que naqueles corações eu torço que pulse, que sei que eles continuaram buscando eólicas ou solares luzes de uma paz armada de espírito sonhador de uma nova fonte de energia renovável: Solar ou eólica. E não, uma mais barata, porém mais ameaçadora das Usinas Nucleares.

Comentários

Postagens mais visitadas