DESTINO, LIVRE ARBITRIO OU AMOR



Parece-me inviável pensar que não são boas as intenções divinas no que chamamos destino.No entanto, cabe lutar para que seja ouvido, portanto louvado seja o louvado seja o livre arbítrio. Pensei isso quando conheci uma desesperante sensação de impotência de inviabilidade do amor.Assim trago outra imponderável, agora, esse somado ao destino que nega o livre arbítrio.
O livre arbítrio que parece uma mentira quando se refere ao destino ou ao amor, as três parecem mentirosas alienações.
Pensemos. Existe liberdade em destino, se este sempre vem ao acaso. Negá-lo pode parecer prudente. Atrelemos ele ao amor. Destino envolve outras pessoas em um futuro incerto a partir do presente, mas determinando um sentimento, que cremos ser um dos menos viciados (o amor), depende necessariamente de quem é o alvo deste sentimento. E a esse o livre arbítrio. Mas se essa pessoa tida como alvo, em sua liberdade não caber no sentimento a ela despendiada, a ela cabe a atuação de seu livre arbítrio, ou o destino das diferenças que a sociedade implanta entre nos?
O destino parece segregar uns dos outros agrupando os semelhantes, economicamente, socialmente, culturalmente. A uns cabe esse espaço social. Estamentos sociais, quase que estanques. Vide as diversas tragédias gregas ou romances que nos revelam tais contextos onde o amor é apresentado como união da diversidade, conflito dialeticamente de solúvel paradigma.
Cabe ao livre arbítrio de cada pessoa aceitar as determinações sociais ou é melhor aceitar acriticamente os determinismos do destino, ou ser mais crítica a realidade assumindo amar?
Será mais pertinente acatar o amor, como determinismo altruísta, amar para melhor harmonia, uma sociedade menos divergente?
Esse une as diferenças e escamoteia qualquer livre arbítrio, pelo contrário ele é abdicação. Não aceita outro destino além daquele que os une e ao amar acata-se esse como único liberdade, inclusive da obrigação do livre arbítrio.
Façamos nossas escolhas, amar, decidir ou deixasse determinar. Qual destas coaduna melhor com a vida e que nega a sobrevivência; ou vale louvar a essa última, sofrendo dentre paradigmas estarrecedores que apenas não faz evoluir ao amor próprio, como moeda única de vida.
Digo que seja, essa a moeda para qual fomos impregnados nessa vida, amar a nós mesmos, ouvir essa meta dificílima. Pois necessariamente,escutamos o que dizemos que seja a voz do coração.Não nego o imponderável desse processo. 
O ser que se coloca a posto de amar-se, amar o que seu coração manda e acata isso independente do tempo ou condições e suas determinações. É provável que seja a ação mais onerosa ao ser humano, abdicar de amar as posses e amar-se ( ser e não ter). Isso necessariamente é não eleger a outro a sua vida.
Porém, fazemos-nos no ou com o outro. Não é por acaso que necessitamos dos opostos de nossos genitores, temos dois olhos ou duas orelhas. Mas os dois progenitores uniram-se para ou acidentalmente nascemos destes. Os olhos e os ouvidos acatam uma informação de cada vez, ou seleciona uma a cada vez a fim de nos influenciar. Assim nossa natureza nos faz a partir do discurso do outro, sem o outro não nos cuidamos,  não nos amamos. Observe por que fazemos algo, se necessariamente é por nós, se somos imponentes a não nos influenciar de maneira alguma com a percepção alheia (...)
Chego ao ponto que, ao amarmos amamo-nos por que amam-nos. Inexistindo quem nos ame, não nos amaremos. Veja os nossos dependentes químicos ou de qualquer vício, se não são profunda e crescentemente sós, solitários, atados a saudades de não ter vivido o que a vida os deu.
Assim portanto, ao amar amomo-nos necessariamente, amamos a vida, ela que nos escolheu a sua oferta, usando o destino, mas sem impor oferece o amor deixa-nos livres para amar, ou negamos a vida nos a se escravizar, negando a vida que nos quer libertar.

Comentários

  1. Quanto ao ato de amar Acredito no livre arbítrio. Se o destino se manifestasse em nós e nada pudéssemos fazer para mudar nosso rumo, não haveria a evolução, pois ninguém pode crescer sem tomar escolhas melhores para si e assumi-las em forma de consequência em nossa vida

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