“COCA PARA OS RICOS, COLA PARA OS POBRES. COCA-COLA É ISSO AI”






Considerações iniciais para entender  porque deixei de depender deste produto:
 1. Saliento que são duas visões da contribuição para a vida e para o mundo. Desculpe-me se considerares pedante meu posicionamento apenas este espaço é para louvar a criticidade, assim convido-te a partilhar a sua percepção e indignações.
                        2. Encontraras no segundo texto alguns grifos nossos, esses em itálico e se perceberes nas latinhas deste produto um mensagem subliminar na imagemde uma face afrodescente.
                        3. O primeiro texto é uma obra da saudosa Legião Urbana e, o segundo é a suposta fala de um ‘agraciado’ pela iniciativa da Coca-cola, estampadas nas latas do produto sob um formato de uma face afrodescendente.
                        4. Buscarei criticar esse último texto que parece base de alienação explícita da multimarca citada. Fato que me baseio para não mais, como eu, consumires os produtos desta, ou de qualquer empreendimento massificador e castrativo do empoderamento político. Visto que considero tal posicionamento única forma para contribuir para um mundo melhor.
TEXTO I
                                                                 Geração Coca Cola
Quando nascemos fomos programados
Pra receber de vocês
Nos empurraram como enlatados
Dos U.S.A., de nove as seis

Desde crianças comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou a nossa vez
Vamos cuspir o lixo em cima de vocês

Somos filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração coca cola

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas de seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa
E ai vocês vão ver
Suas crianças derrubando rei
Fazendo comédia no cinema com suas leis filhos

Somos filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração coca cola
Geração coca cola
Geração coca cola

TEXTO II
(Texto estampado sob uma face afrodescente nas latinhas, que muito me irritou, mas criticamente me ajudou a deixar de consumir tais produtos)
“Minha vida foi meio conturbada desde o início. Eu tive muitas provações na minha infância. Nunca tive um teto possa dizer “meu”. E ai quando fiquei soube desse trabalho que a coca-cola faz, o projeto coletivo, eu abracei de corpo e alma, porque vi uma oportunidade muito grande de transformar minha comunidade(1). Nós no coletivo coca-cola damos a capacitação em varejo para os jovens daqui da comunidade Chão de Estrelas entrarem no mercado de trabalho, conseguirem seu primeiro emprego (2). Além de ajudar o varejo local. Assim esses jovens, que não têm tantas oportunidades, podem agarrar essa chance. Isso transforma vidas, o comércio local e a própria comunidade. E realmente me comove, às vezes me dá um nó na garganta, eu até prendo o choro. Eu sabia que se ninguém investisse em mim eu não teria nenhuma perspectiva e hoje eu tenho. Eu nunca pensei que minha vida teria esse pontapé tão grande (3). Agora eu e minha esposa estamos lutando para ter nossa própria casa, um lugar que minha ilha possa dizer que é dela. A gente dentro do coletivo coca-cola tem a oportunidade de modificar  muitas vidas e é por isso que a comunidade e o coletivo estão integrados , estão juntos . O coletivo é o nosso puxadinho . Isso é muito gratificante. A educação é para vida todas. Ninguém pode retirar isso das pessoas(4). E quando você bebe um produto da coca-cola você se torna parte de milhares de histórias de otimismo como a minha.”
CRITICIDADE:
1.Potencialmente impregnado com uma perspectiva da salvação yanque norte-americana, em que tudo acaba bem. Uma determinação cultural do imponderável no destino dos que creem no modelo segregador do neoimperialismo yanque;
2.Necessariamente o modelo yanque de crescimento – totalmente incongruente com o desenvolvimento – precisa para se tornar o salvador, o único a poder restaurar uma harmonia estanque: coca para os ricos e cola para os pobres;
3. Exemplo nítido da passividade, necessária a intervenção midiática da marca, ou seja, no discurso do jovem não se cita empoderamento político e participativo e apenas consumista. Como se apenas o trabalho fosse a solução para os nossos problemas sociais;
4. Qual educação, visto que na realidade em nosso país é escasso ou inexiste a experiência da educação, que necessariamente leva ao empoderamento e a participação crítica e rica em valorização das diferenças. Isso dito ante o fato real que no máximo temos ensino, com única iniciativa prioritária: nós preparar para atuamos no mundo do mercado de trabalho. Essa realidade talvez seja o maior promotor de violações e violências diversas. Para constatar isso basta perceber que as pessoas não mais valorizam o que se é e sim o que se tem. Questão de poder a base de todas as segregações). Isso principalmente pelo fato que nunca se terá trabalho para todos e assim sempre terá divisões extremas de acesso às riquezas.

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