O PAÍS, QUE QUER SER, DA COPA
 (Crônica de uma viagem de ônibus, na Veneza brasileira)

            Se você já cavalgou, saberá ao que me refiro. Aos galopes sacolejamo-nos, enquanto a cavalgadura fere o terreno. O pior é que no potro motorizado e bastante poluente nem todos seus sobreviventes seguem ao menos sentados. Ao bem da verdade a maioria recebe fantásticos solavancos, parece para que se encaixemo-nos melhor.Bela solução para o mau transporte metropolitano “nosso de todo dia”.
“Resumo da ópera”: “ depois da queda o coice”. Forma singular de como os nossos governos ofende-nos nossa inteligência. Falácias mil em nome de um suposto “desenvolvimento”, a fim de sediar uma copa, se auto-denuncia de não passa de apenas mais um “bum” de crescimento sem planejamento ou organização.
Paremos de truculência e voltemos ao cavalo alado. Os chicotes são bravos mais aceleram apenas até a segunda marcha. Soma-se a esse destino de mil e um êxodos, o fato de sermos levados ao paraíso do enriquecimento de uma minoria, para onde seguimos a base de empurrões, calor e mugidos fanáticos de certas poluições sonoras que alguns humanos chamam de música.
Bem imaginem, enraivecidos, cansados e aviltados perdemos os últimos sinais de humanidade. Parece um dos cenários que são cantados, em possíveis ladainhas ou qualquer carnificina, do Navio Negreiro de um então abolicionista Castro Alves. Quando teremos novos libertários, ou ao menos espaços para participação?
E assim somos levados ao matadouro, ou pior, a escravidão, onde sacrificamos 8 horas de nossa força. Essa alienada, mal é cogitada a gritar, ou murmurar. Isso porque chegamos tão humilhados e renegados por um “Estado que se nega a ser nação”, onde nos tratam como idiotas regendo um ordem a base de “pão e circo”, calando-nos, até para não entendermos quem é o inimigo, qual a real razão pela qual padecemos, a tantos em nossos grilhões. Tudo para “sair bem no retrato” co a FIFA, ONU e “investir” no FMI? Isso à custa de milhares de vidas que são ceifados clamando por suas precárias situações, como os das drogas e exploração, duas redes perversas que avassalam nossa população, carentes de políticas de estado e não projetos para arrecadação de mais alienação da não participação.
Estas mazelas, clamo em nome de todos os Estados, deste medíocre conglomerado de federados, que têm políticos se elegendo da miserabilidade de seus irmãos e nos dizendo que faremos o gol a partir do superfaturamento dos  10% da população deste riquíssimo continente-“nação”; enquanto os primeiros, cerca de 30%, que não podem nem comer um pão, são trucidados, nós cerca de 60% de escravizados, carregamos as humilhantes situações de desigualdades de nossa omissão, fraqueza, ou alienação.
Então temos que uivar essa humilhação dentro desse “busão”? Por sermos espremidos e não consultados quanto a que tipo de transporte ou qualquer outra política de incentivo a partir de nossos impostos.
Por exemplo, em Pernambuco parece que os nossos políticos,em nome da pressa da má administração, dentro do “jeitinho brasileiro”, irão investir em transporte nas concessões dos coletivos poluentes e degradantes da vias em detrimento de investir da ampliação de metrôs ou outro transporte responsável socialmente, qualitativo, seguro não poluente e de melhor manutenção.
Mas isso não é o mal, ele se encontra no fato que  o Governo prefere não consultar a sua população, será que tem medo que seja percebível seus sacros lucros, ou que ele tenha exposto qual seu interesse em pensar que é o detentor de toda a razão. Parece que só podemos inferir nas eleições? Mesmo assim sem pouca ou nenhuma crítica?
É lamentável que tivemos que eleger com mais de 80% de aprovação um governo que não deixa espaço para participação, até quando não teremos vez de opinião e questionar as intenções daqueles que são nossos empregados, os quais estão até quando querermos.
Somos tratados como irracionais nos ônibus e explorados cuspidos como se fossemos o chão, será por participar apenas nas eleições, esse será o preço da nossa não participação?
Melhor é pensar no gol que estará sendo feito no grande “elefante branco” da segregação semeada em São Lourenço? Segregação sim,pois até nossa Constituição será aviltada, garantias para idosos ou estudantes, não e sim liberação de bebidas, das marcas determinadas pela FIFA ?

            

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