POR QUE NÃO VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS (VLT)?


            Parei para me perguntar por que não do Veículo leve sobre Trilhos – VLT como solução para a Veneza brasileira.
            Penso isso a partir da emergente necessidade de respostas ao caótico trânsito, não por ele ser lento, ou por termos pistas esburacadas, vias mal sinalizadas e sobretudo um transporte, que mesmo sendo concessão pública, necessariamente não serve a dignidade de quem paga os superfaturados salários dos poucos patrões de milhares de motoristas  - estressados e mau educados - e de cobradores que mal cumprimentam os que pagam seus salários ( os passageiros). Critico menos estes, que aqueles que não os preparam para lidar com um público geralmente espremidos, aliciados vitimamente ( por roçagem dos corpos), enfim por perderem o mínimo do seu espaços privados.
            Claro a princípio pode-se pensar que desejo que estes perdam as suas precárias formas de escravidão. Servidão compulsória sim, pois trabalhar cerca de 9 horas diárias não pode ser considerado trabalho dignificante.
Mas na realidade, creio que podemos lucrar mais com melhorias efetivas e estruturais nas formas de deslocamento no Grande Recife. Quero dizer, que esses milhares podem perder a princípio sua fontes de subexistências, porém em nome de milhões de passageiros mutilados em seus direitos mínimos - de serem tratados com um mínimo de decência. Esse não é um dos pilares da nossa suposta democracia, onde o individual é negado em nome do coletivo?
            Por outro lado, o VLT necessariamente é, ou era, um projeto para os grandes corredores da Capital do Frevo ( Cabo a Igarassu e Recife a São Lourenço),se assim for necessariamente as periferias precisariam ainda dos ônibus para integrar a estes corredores. Portanto minimizaria a quantidade mas não extinguiria. Digo mais, se o projeto é dar maior mobilidade, outras periferias necessitariam ser integradas, ou seja, na realidade esses profissionais não deixariam de serem demandados.
            Somados a isso, considerando a provável mobilidade que o VLT pode garantir, os ganhos seria potencializados. Segundo o que prometem para o trem que unirá o Cabo de Santo Agostinho à Estação do Cajueiro Seco em Jaboatão, do qual será deslocado 600 passageiros por viagem em vagões climatizados e em um automóvel mais veloz que o atual trem que teimamos de chamar de metrô, pode perceber  indicadores significativos de vantagens.
            Atrelado a essa velocidade, o conforto e o impacto de deslocados, o menor impacto ambiental e a estética do VLT, penso que também podíamos ganhar em outros sentidos. Principalmente quebrar a hegemonia dos grandes empresários que garantem ônibus sucateados, inseguros, poluentes e de alto impacto ao solo.
O transporte público atual em Recife é totalmente pago pelo contribuinte, os lucros são exclusivos daqueles empresários. O VLT poderia ser estatizado como o atual trem do Metrorec. Inclusive a manutenção provavelmente seja menor que os atuais corredores de ônibus. Imaginem ao menos na Caxangá viaja-se inclinado, ou seja, o coletivo viaja pendendo para um lado por que o solo já não aguenta o impacto. Imagina o problema nas colunas dos passageiros (...)
Lamentavelmente a população o principal ator que deveria ser escutada prioritariamente parece não ser considerada. Como se ela não podesse opinar, seria que ela é necessária apenas para garantir os lucros dos poucos grandes empresários e votar em políticos da omissão e negligência expressos em nome de nosso governo e prefeitos?
É preciso que divulguemos e denunciemos essas omissões e negligências para toda a população. Só assim poderemos especular melhoras efetivas. Não podemos calar diante de tantos desmandos.
Sei que até a classe consumidora de carro particular gostaria de evitar congestionamentos e poderiam ser beneficiados se tivéssemos melhor transporte público e vias inclusivas.
Então vos pergunto o que você está provocando para uma real melhora na qualidade da vida. Da sua vida, não apenas da minha? Saliento que não adianta apenas dizer vamos mudar de governantes. Não se podem negar os avanços deste atual. Mas não se pode negar o pouco diálogo referente ao tema junto à população. Quero dizer que não é necessariamente questão de sigla partidária e sim de participação efetiva nos canais que nos garantem nossos direitos.

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