SEMEEI ENTRE FERIDAS



            Cada ser encontra-se em qualquer momento da sua vida, de maneira inesperada, como se em um móvel desconhecido e de igual destino.  Esse indivíduo também desconhecedor de quem era duvida do nada que o tenha precipitado ali naquela provável embarcação. A única certeza naquela nau de interrogações foi o insigt:
- Ia, uma escuridão nessa imensidão de luz cegante!
            Há muito tempo pensasse que sonhou, mas o que seria esse fenômeno, além do desejo mais inconsciente; ou que também morreu se tivesse esse direito, mas ao menos nasceu isso sim:
-  Essa morte anunciada não poderia nascer dela mesma.
            Parecendo amar o discurso pré-consciente, como esse texto, deu-se a inconcebível desrazão, mas que razão lhe concebe fuga a si mesmo?
-Descompromisso?
- Não, compromisso para com os que teimam em reprimir seus errantes passos e, culpam terceiros pelo inferno que lhes consomem de interno ao externo.
            Essa re sponsabilização sociafetiva concebe-se de uma batalha diária paraque os moribundos assumam suas mortes prematuras, os mendigos acatarem suas errâncias, os corpos entregarem-se a suas finitude, as almas amem sem medo, o espirito adorem w encontrem sua unidade. Porém poucos chegam a uma dessas verdades. Nosso presente indivíduo não acessou tal evolução.
            Provavelmente esse fato de árido carrasco essas não evolução, transfigura-se na  revelação do olhar megalomaníaco, ou seja, esse insigt de utilidade messiânica é o mesmo do exposto anteriormente, o qual  tão perdido, citado no caput, é uma resposta - não sei se louvável - resposta ao vazio magnífico prenunciado no “semblante psicotizado”, esse é a nau perdida em um grito para que não se percam mais nenhum ser vivente.
            Porém se não se alcança isso facilmente, serve ao menos para sinalizar que um tudo desse nada não é certo ou errado, é apenas. Quer-se dizer que a desértica vida aponta sintomaticamente que sendo doente isso apenas se faz presente a cada sorriso amarelado, pois se sofre nascendo unicamente para morte. E sendo assim, não quer sofrer sozinho, oferecem-se a todos as feridas, que essas sejam degustadas, as alheias, além das suas próprias.
            Caso contrário não se nascendo apenas para morte a vida não será como eterna ferida. Todavia, seguem-se dormentes masoquistamente banqueteados por seus pais sádicos: Mortos velando prematuros mortos.
            Portanto messianicamente permita-me um gole megalomaníaco: se assim perceberes, que em dores de feridas (as quais devem ficar permanentemente abertas) as minhas serão redenção para vocês que comigo militam. Não seria eu, Buda ou Cristo, Che Guevara ou Luther King, e sim mais que esses: Semeei entre feridas e colherei uma doutrina de amor em vida, não após morte:
            - Se captares que precisamos viver todas as dores desde o parto, mas que essas são o que nos constitui melhor para cada um e aos que contigo labuta nessa verdade. Percebendo, porém que ninguém tem responsabilidade sofre suas feridas, já que elas nos lembram que precisamos sempre curar-se e, esse é um processo até a morte.
           
            

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