Coabitando com o inimigo: Um não ao Nome do Pai e também ao desejo simbiótico da mãe. Uma liberdade do desejo dos filhos?!

Vejamos que tamanha hipocrisia e escárnio à equidade, e ainda, sobretudo, louvor implícito a relação de poder arbitrário responsável pelas, se não todas, principais mazelas impeditivas da possível evolução humana. Ou seja, nossa guerra genocida cotidiana.
Hipocrisia, pois mesmo como militante de Direitos Humanos, a pouco, jubilava em não olhar para uma mulher sem tentar persuadi-la ao jogo libidinoso. Nada além do que um uso objetal. Reduzia toda a obra, a um mero fantoche. Ou pior, agradecia a abertura de expressão maior entre os homoafetivos, em doce ilusão, de que assim haveria mais presas a serem subjugadas. Nunca tinha conhecido o amor e afirmava existir nele diversas inverdades. Desconhecia que as invariáveis dele eram apenas construtos da sociedade, que contaminou esse real sentimento com a pequenez e as mazelas de dores dos homens, que não conseguem viver entre si sem amaras.
Enfim, equidade nunca poderia ser efetivada por um bitolado por estes antigos métodos civilizatórios. Quem adorava “cabresto” histórico em que ainda submetem as pessoas, alienando-as. Sim, por exemplo, cito que também era escravo, isso que a muito nos fez e as gerações padecerem.
Tudo isso nos fez criticar como proceder à igualdade de oportunidades, de maneira a garantir equidade, sem sermos alienados ou adoecidos pela sociedade que protela nossa real liberdade em sua relação promíscua com o mercado.
Alienados quando pensamos que o consumismo é o remédio para nossas faltas inconscientes. Inconscientes, pois muitos nem sabem que vícios como o trabalho é a fórmula mágica de movimentar a grande marionete que somos na vida em sociedade, isso não passa de sintoma de todo esse adoecimento. Compulsões como citado consumismo, desejos de realizações velozes, vitalidade descomunal, como se fôssemos máquina, beleza estética (...), tudo isso são meros sinais de um prognóstico masoquistas, ou seja, o objeto em que nos tornamos e assim, também constituimos nossas relações.
Aos homens que pleitearam o poder concebido (ou arquitetado) pelo Estado, que os coroou e foi apoiado pelas religiões para logo serem destronados, isso a partir do século XIX, em que ele vem sintomatizando seu padecimento, e por isso também, mesmo que agressores, são os que mais  morrem tragicamente e possivelmente mais infelizes, pois é a amargura que muitos expressam, muitos buscando suas mortes de maneira inconscientes. E seus discípulos (filhos) vão a mesma trajetória letal, vejam-se os números que põem as baixas das duas grandes guerras invejadas. Somados os jovens, que morrem de violências letais e acidentes automobilísticos, com ou sem compostos do álcool, são mais os homens que morrem precocemente.
Portanto, como seria diferente eles deitarem com o inimigo, o desejo de ser igual a um deus e patenteado pelo Estado, ou melhor, por ele ludibriado. Porque, na realidade, foram manipulados a servirem de base para enriquecimento de pequenos grupos psicóticos, melhor categorizá-los como psicopatas, dotados de insigne intelectualidade  (a ponto de maquinarem o capitalismo, que todos, inclusive os (neo)escravos, pensam ser felizes)  e frígidos em relação a humanidade (não é em vão que mais lucram e dessa forma, possivelmente, gozam apenas com os conflitos hieráquicos).
As mulheres hoje também são persuadidas a esse suposto poder, e já sintomatizam as mazelas dessa ludibriação. Mas o problema que vos trago é significativamente mais expressivo por se referir à ciclicidade dessa relação masoquista. A juventude se avassala e se acasala com essa contínua dama de dupla face (o Estado, prostituta do mercado, e este último como rei supremo, em todos os tempos, em seu poder simbólico).
Sim, pois se o pai e a mãe, os que os têm - lembro-me da dinâmica contemporânea da dialética familiar, da qual não se sabe a síntese, mesmo que parece não ser plausível, visto que nós, meros especuladores da psique, apontamos dificuldades na formação do caráter e da personalidade ou na ausência de um desses dois –, voltemos enquanto aos pais que creem na necessidade de labutar por suas supostas liberdades, trabalhando insalubremente, os quais só terão descanso possivelmente real após 60 ou 65 anos, isso os poucos que lá chegarem, e muito menos ainda, os com saúde para uma qualidade de resto de vida.
Então, nesta ausência de seus responsáveis, quem orientará os filhos diante de tantas contradições sociais. Não posso desconsiderar que a onipresença de uma boa base da formação nas duas primeiras infâncias e demais cuidados basilares. No entanto, é notório que essas bases, nas atuais famílias, são questionáveis enquanto efetivação qualitativa, elas têm servido para a mantença perversa da submissão, sem criticidade, sobretudo diante da visível imaturidade dos contemporâneos pais. E assim portanto, imaturos não sobrevivem nas relações em sociedade sem submeterem a ações masoquistas, crentes, erroneamente que viver é sinônimo de sofrimento. Por fim, essa percepção perversa é o laboratório para a mantença de tantas mortes precoces na juventude.
Digo isso com certa propriedade de quem já trabalhou com famílias há cerca de 7 anos. Mas não foi na academia de base psicanalítica que me empoderei disso. Quebrei muitos paradigmas e ainda os quebro em trabalho pessoal (análise), sobretudo onde destronei meu deus (pai) e quebrei meu ídolo (mãe) em síntese metafórica e literalmente, de forma que os coloquei em lugar de homens falíveis como eu mesmo, carentes de bons exemplos e excelente orientação.
Porém antes disso, deleitava-me em aventuras de um gozo perverso e masoquista, morria tão depressa que não se distinguia de um suicida. Mas nem todos podem, ou amadurecem a um trabalho pessoal (terapêutico, e analítico muito menos), então replico a pergunta, quem orientará os filhos em suas virtudes perdidas, seus desejos mal sublimados e, portanto desassociado do social e, por fim, base de um sofrimento somente  abreviado, precocemente, com a morte. Lamentavelmente, quando ela não chega, vive-se de maneira tão adoecida que quando se descobrem mortos não tem mais sentido um velório.
Quantas gerações ainda serão dizimadas, quantos infanticídios haverá, ou milhares marionetizados? Pergunto como nativista em Direitos Humanos hipócritas ou impotentes, ou melhor, ambas as covardias. Tanto eles como a psicologia e até a psicanálise, searas que ainda creio, pelo fato de que as posso criticar, elas me mostram as contradições que não me deixam ser um cadavérico vivo, respirando apenas pelas drogas e violações de mim e daqueles que me amam, ou morram precocemente. E, sobretudo, condenar a sociedade, não mais contraditória para mim, e sim prostituída pelas suas instituições lideradas por seres doentes, imersos em suas psicoses e ‘biopsicossociopatias’.
Precisamos de uma ordem libertadora da igualdade favorecedora da equidade, não apenas econômica, mas, sobretudo, do direito à família, no implícito da homeostase dos direitos com responsabilidade e criticidade. Ou seja, um espaço dinâmico, onde seja fomentado equilíbrio nas relações, sem a hierarquia, e sim com a alteridade, sem arbitrariedade, e sim a empatia. Tudo em busca do diálogo amoroso.

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