11 de setembro: era uma vez “As TORRES GÊMEAS”




Por que será que tive ideias confusas entre pesares e frustrações do dia 11 de setembro de 2001? Ao invadirem-me as imagens televisivas, onde tomava minha dose diária de alienação. Mas o incidente internacional acordava-me para o fato que duas famílias podem, em nome de seus interesses – mesmo sórdidos e por isso mesmo, ceifar, de uma vez, pelo menos três mil vidas.
Laden e Bush, além de famílias amigas, tinham ou ainda têm interesses econômicos para justificar invasões em países orientais produtores do resíduo fóssil que move o mundo.
Hoje, mesmo que o petróleo seja um dos principais poluentes, ainda é o combustível mais consumido, apesar de sua danação ao futuro do planeta todas as nações investem nele. O Brasil tem lucrado muito com o pré-sal. Isso me faz concordar que muitas outras famílias regidas pela especulação econômica tinham interesses com tal episódio do 11 de setembro, sobretudo com as milhares de vidas dizimadas no oriente médio alavancada no hard power  ianque, ou seja, a política virulenta dos governos dos EUA.
Essa contínua necessidade de uso do petróleo sinaliza o adoecimento precoce e contemporâneo da sociedade de desejo hedônico. Ela não podendo adiar seu prazer precisa de respostas rápidas/baratas  e poluentes/degradantes para a manutenção de seus lucros a todo custo. Isso sem nenhum viés de respeito ao planeta e previsão de qualidade de vida para as gerações futuras.
Então terá sido tudo um grande plano para tomar a soberania de povos como o Iraque que não se rende a cultura alienante ianque? Será que a selvageria dos homens e mulheres se expressam especificamente ou a sobremodo na economia de desejo incontrolável do lucro. Tudo que envolve temas econômicos  virou um eufemismo e foi mal usada para enormes violações contra a dignidade de etnias. Estupram-se vidas e destroem-se sociedades apontando-as como bárbaras, como se o único caminho é apontar como selvagens terroristas os que não se enquadram na sutileza da dominação cultural.
Os romanos também apontavam aos seus inimigos como bárbaros, estes careciam ser dominados e apenas para servir como escravos, pois ficou implícito que o interesse era colocar os inimigos como indignos de qualquer tratamento que não cruel. Meus ancestrais, tidos como selvagens, precisavam também ser subordinados aos invasores, aos que não se submeteram restou apenas a morte, onde foram pisoteados cerca de 150 milhões de vidas e os demais quase todos (desa)culturados.  Nos séculos  posteriores à democracia milhares seriam mortos nas duas grandes guerras mundiais. Mas nenhum massacre foi tão insano e impensável quanto ao uso da bomba atômica sobre civis em Hiroshima e Nagasaki, um pesadelo em resposta aos homens camicases que se jogaram sobre unidades militares ianques. Salvo engano, assim se inicia a carnificina, a verdadeira face do poder ianque que agora sinaliza fraqueza, mas não sem derramar sangue pelo mundo, da qual o 11 de setembro pode ter sido reflexo, não da decadência hegemônica ianque e, talvez uma manobra econômica, expressando uma movimentação no tabuleiro mundial porém de interesses particulares.
O dia 11 de setembro pareceu-me outra forma de guerrear para trazer lucro para casa. Lembrei-me da ordem de Deus para Abraão a diferença é que o filho foi poupado, pois era apenas uma prova de amor. No caso do povo ianque, houve corte na pele, ou seja, o filho não foi poupado. Parece-me que foi permitido que as torres caíssem e que muitos dos seus fossem mortos.
Pense comigo, como elas podiam ser atingidas se tinham proteção e resistência para esse tipo de incidente. Ainda existem boatos de explosões na base delas. E, sobretudo, como os aviões poderiam ter sido invadidos por tantos homens armados? Os EUA descuidaram-se ou foram levados a isso, ou pior especularam quais as vantagens desse fenômeno ser facilitado? E quem lucraria com a carnificina?
Será que precisamos viver sobre o flagelo de tanta crueldade e sanguinolência. Será que (de) evoluímos humanamente na mesma proporção para que avançássemos tecnologicamente? Será que precisamos manipular, escravizar os que são nossos amigos e trucidar a diversidade? Será que o único caminho para a vida é matar? Será que usaremos a força para morrer mais vazios e frios jogados ao desespero da solidão da linha de moldagem do capitalista, onde somos apenas desejantes do desejo do outro? Ou cegos para não percebermos que nossas diferenças nos fazem feliz, pois somos dinâmicos e não nos acostumamos à mesmice, ou os condicionamentos ideológicos e de comportamentos e, sobretudo de cultura? Não sabemos que todo extremismo leva ao fundamentalismo?
As culturas são maneiras de sermos libertos de todas as formas mortas de vida, de sonhos em pesadelos. A diversidade é a única porta de entrada ao prazer em vida. Não um prazer viciado ou determinado por dependências, mas um aceite ao ‘vem como estás’, profetizado por um judeu. Após isso decides que caminho seguir, mas antes de decidir qual trilha, precisas voluntariamente vir. Ou seja, precisas sair dessa situação de cego sociopolítico, socioafetivo, biopsicossocial e espiritualmente e com o mínimo de acesso a essa ricas dimensões já estais apto a tomar decisão quanto o melhor caminho a seguir em sociedade. Ou seja, mesmo sendo uma forma de aliena-se, é um caminho possível de viver de maneira menos sacrílega.
Precisas ver que politicamente, não podem decidir por ti (votar) sem fazeres nada para coibir abusos e assassinatos (participar, questionar, reivindicar). Não precisas dar exemplo como a das torres gêmeas, pois lamentavelmente muitos dos companheiros ianques creem que a forma de ser feliz em vida é esmagando uns aos outros em um empreendedorismo perverso. Pergunto-lhes se a felicidade é prima-irmã do poder econômico?  Será mais feliz um político que vive preso em seu próprio país, precisando viver em gaiolas semelhantes a prisões? Um cidadão que condicionado apenas a dizer sim e morre de medo de seu vizinho que a qualquer hora pode surtar? Um indivíduo que não pode se utilizar de sua espontaneidade, pois pode ser tido como terrorista ou subversivo? Ou ainda, um homem preso a uma conduta que a sociedade lhe põe de agressivo, arredio, trabalhador (escravo) de 8 horas de trabalho, podendo apenas descansar quando não for mais forte, inútil por não mais produzir, portanto descartável?
Precisas atentar para que somos composto e constituídos  a partir do outro. Somos quem somos porque um dia iniciaram-nos em um contexto predefinido. Sem o outro, se crescêssemos com os cães seríamos um deles. E assim poderás criticamente perceber que a violência e a destruição das famílias são ensaiadas nesse primeiro ambiente, mas estimuladas por forças externas. Ou seja, nós estamos e nunca saímos do estágio de selvagens. Nós não somos apenas genética, biológicos, psicológica ou sociologicamente constituídos, somos isso e mais espiritualmente, tudo isso dialeticamente processados em uma dinâmica muito curta, pois a vida se desfaz rapidamente.
Então porque não viver esse processo mais harmonicamente possível, ou você está tão doente que não se indigna com o sofrimento do seu semelhante, não lacrimeja ao ver uma criança esmolando, ou ser abordado por uma mulher precisando expor o filho a intempéries para pedir o pão, mesmo que esse seja para trocar por uma pedra de crack? Ou ainda achas que é melhor apenas dar esmolas às instituições?
Não se castre ou se martirize se assim se sentir desumanizado. Muitos são assim, mais isso é preocupante: ‘Somos mais que lobo do homem’? A informação traz conhecimento, então o que falta para vivermos em paz conosco e com o mundo? Isso pode ser pensado se percebermos como seres complexos e, portanto, nunca completos, isso porque do biopsicossocial, não saímos ainda do biológico e muito menos do espiritual?
Bem, percebamos. As torres foram derrubadas para retroalimentar necessidades básicas de um grupo que se autointitula seleto. Na realidade, os membros desse grupo são tão arcaicos que precisam destruir todos os que os frustram e atrasam suas satisfações. Utilizam todo o avanço tecnológico com a sua imaturidade ‘psicótica’, semelhante a uma das fases narcísicas da infância, ao achar que a vida gira em torno de seu umbigo.São ( as tecnologias) como brinquedos do tipo o detonador da bomba atômica. Vive-se aterrorizados com seus fantasmas, e as suas almas são jogadas a um medo contínuo que assassinam quaisquer possibilidades de seu espírito um dia descansar.
Saliento isso ante o fato das torres gêmeas terem sido atacadas ou suas estruturas minadas por bombas, isso abre precedentes para o que estamos tendo, há muito tempo, líderes psicopatas em plena perversão exercendo o poder por nos autorizados em eleições que pouco representam nosso real desejo, somos o desejo do outro.
Digo que muitas pessoas ainda morrem, como os envolvidos em situações extremas, não porque querem uma solução letal, mas porque nos ensaios familiares a violência foi-nos ensinado como forma de sobreviver. E dentro da utopia do mais forte, o que morre nunca é a vítima, inicialmente do despreparo dos pais, e sim da polícia. Parece-me que na vida ‘a margem’ se estrutura um parricídio, ao matar um e confrontar a polícia, representante da lei, agride-se inconscientemente o pai, representante da lei. Assim se confronta, por que ele parece esquecido de defender os fracos e orientar os fortes. E contrário a isso, permite que sejam mortos civis ( fracos, ou indefesos) em detrimento de militares ( bem defendidos), como no caso do 11 de setembro.
Não estamos atentando para o fato que somos apenas peças de manobras, marionetes onde apenas abreviam nossa data de morte (nós é que decidimos se alienar ao trabalho), é como se realmente houvesse uma grande e bem arquitetada teoria da conspiração. Mas essa não é para derrubar poderes, mas para efetivá-los.
Não creio nela (na teoria citada), creio no vazio das intenções do homem. Ele  tem se automutilado e conquistado adeptos para isso. Seguidores embebecidos por um suposto poder como viés para a vida qualitativa. Na realidade, ela é apenas quantitativa, e o pior, enorme e significativo montante de nada, de vazias e supérfluas concepções, poucos querem ser provocados a reinventar a vida.
Estamos estanques desde a idade da pedra, ou melhor, desde que um dos homens percebeu que pode viver em coletivo. Mas não fomos mais que isso: estamos juntos para nos defender, e o pior, de nós mesmo. Mesmo que a natureza nunca deixou de ser inimiga.   Somos estupradores na nossa natureza e pensamos ser o que conceituamos de humano, pois destruímos o que nos sustenta. E o pior, poucos mais salientes em seu intelecto, sustentam o ódio para não assumir que é doente, adoecendo-nos para que sendo iguais a eles, não se sentirem doentes. O pior é que para uma possível cura inicia-se pela auto percepção de seus sintomas.


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