A CURA DA DOR


Ela vem inevitavelmente sempre que pensamos não mais poder sobreviver. Ela é a maior prova de estar vivo. Sem a própria sensação de ser dela, abandona-se o peito atasse ao vazio. Abraça o desespero como uma folha ao vento. E se perde na ilusão de um nada qualquer.
A dor nos lembra que pouco tempo passamos aqui nesse mundo e que nada vale a pena perder qualquer segundo sequer, em não perceber que a vida é bela demais para fugir e deixar de sentir que tudo um dia seremos sim um vegetal, uma partícula ao vento ébrio para acasalar a um órgão da visão, ou da audição o zumbido que passa pela maior célula que a estimula de percepção do poder, sentido ao gozar cada segundo se somente se estiveres sóbrio.
A dor é a maior prova que não podemos deixar de tê-la. Pois só sofremos por que a cada riso sabemos que um dia se vão os dentes; cada beijo se vai a beleza; a cada abraço ficará a solidão; cada amor ficará o amargo da saudade, isso se ele não foi pleno e talvez nunca o ser, pelo simples fato de nunca possivelmente ter percebido que  o amor é viver intensamente e assim ser tão suave que ninguém percebe que estavas presente e somente lembrarão de quem amou e  isso dura sempre.
A dor é uma falsa ilusão que o amor não se eterniza no seu gozo.
O amor se eterniza na verdade dele. Ele é muito simples para certos corações céticos. Para o acessar precisas se dispor de todo o contexto que ti leva ao um racionalismo cego. Precisas da simplicidade dos pássaros da leveza da brisa e calmaria da relva.
Achas que podes ser tão singelo, então a rosa sorriria para ti, mas é ao contrário, ou você não percebe que ela se veste melhor do que todo melhor tecido. Provavelmente ela sim amou integralmente.
Ela deve ter sofrido para que sua natureza tenha tanto evoluído ou ela foi simples e pura? É claro que não podemos ser tão belos. Mas veja no fundo dos olhos das crianças se não tão belas e singelas quanto às rosas.
Vejam se as verdades das crianças são puras e mesmo que ingênuas podem curar dores se seguidas e levadas a sério. Se elas não fossem poluídas por nossos desejos possivelmente o seu desenvolvimento poderia ser menos conturbado, visto que um mundo pré-concebido já é uma imposição e esta sempre é danosa.
Ela poderia aprender de alguma forma que amar não leva necessariamente a perda e esta a dor e por fim a morte. Ela poderia conceber que tudo é conectado, temos que ir para que outros desfrutem do que aprendemos que é bom e por isso nos ensinam que temos que ter só para nos o indispensável, talvez o ar as outras coisas conspirarão a nosso favor se andarmos em nome da luz para o caminho alheio. Mas nada é nosso tudo é compartilhado. Esse é o princípio da vida partilha.
Então sendo esta pilar da vida então necessariamente perceberíamos que vivemos pelo e para o outro e não para nosso umbigo. Então nascemos para vivermos juntos como um, na realidade somos uma unidade, pois o todo afeta a parte direta ou indiretamente e vice-versa. Isso é inevitável. Penso desde minha adolescência, por que tantas pessoas abastadas economicamente são agraciadas (ironia) pelas doenças mais escabrosas. Será por que no fundo eles adoecem, sobretudo, ao negar que é simples e básico viver como a singeleza da rosa?
É possível que se não ele cedo ou tarde percebem que não é a riqueza que os garantirá paz e prazer nessa ou em qualquer vida e sim amor ao próximo e a entrega à construção de um mundo harmônico.
            Isso feito a cada dia e cada instante de maneira tão instintiva como respirar só assim pode se especular um vida digna e dignificante. 

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