DIA DA MÃE TERRA: UM CAPITALISMO POSSÍVEL


Estive pensando que tenho escrito sobremodo sobre os dessabores e desumanização do sistema marginalizador e segregador, o capitalismo. Como também tenho investido em criticar a alienação neste sistema onde a objetação tem sido a forma de ser feliz. Fomentam uma cultura do apartheid, delimitando espaços e acessos, aos pobres e aos ricos como se apenas esse tivessem direitos e os primeiros deveres.

Agora tentarei persuadir minha utopia de sociedade, onde todos possam degustar de todas as benesses e qualidades de produtos construídos e sobretudo de tudo isso de maneira equânime e igualitariamente.

Isso a partir da certeza de sendo 40% dos produtos não perecíveis que jogados ao lixo alimentaríamos milhões; e também se reduzíssemos pela metade a carga horária de trabalho, teríamos mais trabalhadores e menos violência que também alimenta a miséria e o trabalho não seria análogo à escravidão; se os jovens fossem conservados mais tempos na escolarização, e que essa não fosse ensino e sim educação, e ainda, sobretudo, esse espaço de preparo para vida coletiva e não para a competitividade e sim para conservação da vida, seríamos mais felizes e a alegria provavelmente nasceria da criticidade e não de vícios, como o álcool; a cultura das diversidades seriam formas de vidas e não motivos de matar e morrer, ou seja, não seria mobilizadora de etnocídio; genocídios;infanticídios; fratecídios e paracídios.

Desses três últimos tão naturalizados na sociedade atual, o primeiro, ocorrem tanto nos abusos e explorações sexuais domésticos, quase sempre incestuosos. Pois a morte não martiriza apenas o corpo biológico, mas, sobretudo a morte psicológica e espiritual é mais perniciosa.

O segundo, os irmãos que me dirijo são os que crescido juntos em comunidade comum se matam, ou em mesma faixa de idade encontram-se em torcidas eufemicamente chamados de ‘organizadas’ se agridem e afirmam se assim não for não teriam motivo para ir ao estádio. Sabemos que adolescência, é um estágio de adoecimento sadio, segundo um teórico, Knobel. O qual me atrelo devido a percepção dele em enfatizar que o adolescente encontra-se imerso a lutos e sofrimentos devido a sua fase natural de descobertas em meio a frustrações e medos. O que pode ser um meio caminho para entender a necessidade de descobrir sua força e testar sua resistência em meio aos jogos do poder ter força, quase que exclusivamente física,  o que de certa forma pode explicar a vontade de agredir e questionar, como também, trocar violência como meio de socializar-se. A crueldade é um bom exercício, para testar seus limites e do próximo.

O parricídio por sua vez não pode ser deixado de ser explicado pelo viés da necessidade de matar psicologicamente seus pais. Isso para se libertar da ideação do perfeito ou do herói. Como também do bandido, pois essas duas condições se atrelam, ninguém é bom pai ou mãe completamente, mas em certo modo, para a criança e adolescente o erro de um deste é um sinal extremo. Podendo ser crucial o comportamento destes para o desenvolvimento do infante. Chega a hora, que cedo ou tarde, precisa-se construir a si próprio, para tanto, é necessário negar o que achamos errado e abraça o que vemos nos nossos genitores ou os seus substitutos.

Assim pode afiançar para o princípio da felicidade que quero promover como meio de melhorar a saúde dessa sociedade. Então afianço que a diferença é a porta dessa liberdade.

Então, temos um mundo muito rico em potencialidade, porém mal utilizada e conservada e, sobretudo de administração perniciosa.

Sendo concebido que o diferente se expresse e viva dentro de suas concepções,  o homem provavelmente encontra meios para desenvolver suas formas de vidas e não se aglomeraria em meio a uma fonte de felicidade única como quer o mundo ocidental. O sol nasceu para todos, mas todos gostam dele de maneira independente, ou não. Como também nem todos gostam de caviar, champanhe, luxo (...) por que todos tem que ter um único desejo? E o que é prazer para um, não necessariamente será para outro.

Se como nós Xukuru gostamos de viver em meio a nossa tecnologia fincada em nossos velhos e espíritos que vivem na mata, nas pedras, águas e no vento. Também a outros que vivem em meio a correria do mundo em concreto. Mas ambos podem se comunicar por meios de tecnologias e promover modos de revisitar as formas de vida nesse diálogo, como por exemplo pensarem juntos formas de preservar o meio ambiente.

Ambos meio de vida é digna, mas não se excluem nunca, o  efeito é semelhante a teoria do caos, uma borboleta morto causa impacto em todo ecossistema, é inevitável, mas a mãe terra a muito respondia dando soluções equilibradas, mas ela chora e não mais acompanha a rapidez da degradação.

Enfim, creio que temos uma possiblidade crucial de sermos felizes como nos mesmos querermos. Todavia, só sabemos o que queremos pela dor, o que dói, isso rejeitamos. E isso também é erro. Temos que além de saber o que queremos como também não temermos o que nos incomoda, isso por si só, nos ensina.

Temos, portanto usar a felicidade como mediação. Com a alegria, desde que de origem crítica saberemos que degradar vai nos ferir por que não preservamos, pois ao destruir o ecossistema ferimos a nossa felicidade com a alegria momentânea.

A felicidade diferente da alegria não precisa de estímulo. Ela é alívio em meio à dor, é a mão amiga na hora da morte, é paz em meio à dor, é conforto para a vida.

A alegria, por sua vez pode ser até oriunda de evasivas e fugas da dor, como se essa não sinalizasse uma saída. Ela pode também nascer de coisas que fazem mal ao corpo, alma e espirito como as drogas, que depois alimenta a infelicidade, pois a alegria fruto desta, como as outras evasões rói a paz de onde emana a felicidade.

A felicidade não pode ser oriunda de outra fonte.  Já ouvir um poeta dizer que ‘rir de tudo é loucura’. A vida é feita de bipolaridade. Precisamos da dor para saber que existe o alívio, ou vice-versa. Também creio que não achar graça em nada, penso que pode ser sintoma de algo em conflito. A vida a pesar de tudo, acontece em um planeta belíssimo, o enxergar, por exemplo, por si só é um fenômeno pelo menos bonito. Creio que cegar ou não escutar as dores alheias e ter alegria não é sinônimo de felicidade, pois como a tê-la quando alguém padece? Não é na África que um morre de fome, basta observar abaixo de seu prédio ou em qualquer esquina (...).

Isso afianço diante do fato que a paz é que alimenta a vida feliz. A felicidade do ocidente é escassa pelo fato de não termos paz. Pois a alegria dessa concepção de vida se expressa em vivermos a vida de um personagem diante de uma tela de cinema ou televisão. De sermos estimulados com drogas ou alimentação. Alegria da competição e do sofrimento dos que odiamos, esquecemos que se o inimigo estiver bem possivelmente se não o ameaçares ele não ti, ao menos por um tempo, terás paz.

A paz precisa de participação. Percepção e esta presença real e crítica. Como ela se revelaria para uma pessoa que foge de si em meios a mentiras e irrealidades como das drogas e das ações que machucam a si e ou aos outros. Ou ainda negam aos outros suas dignidades, o sacro direitos de ser o que ele é, ou o que deseja viver.

Permitindo suas necessidades e desejos serem lapidados pela realização, eles esbararão na criticidade e na harmonia da pessoa com a vida. E essa homeostase só se efetiva na alegria advinda de si mesmo. Ou seja, o indivíduo expressando seus desejos coadunara com o seu grupo e ele existindo afiançará um equilíbrio e, ele só se harmoniza com o equilíbrio com a mãe natureza, dela nascemos, não é em vão que possuímos todas as propriedades da terra. E a ela volveremos.

Para sermos partícipes, não só é preciso que nos digam que somos, precisamos atuar como como o que nos ensinaram, e se não crermos no que somos nunca o seremos. E para o sê-lo tudo passa por nosso crivo crítico e até cético. E isso nos garante ser e saber o que não queremos que não seja. E isso faz-nos evoluir.

Até o capitalismo pode promover alegria, de uma felicidade, fruto da paz. Se ele enfatizar que toda a diferença seja potencializada ele pode desafogar as grandes cidades, as tribos se fomentam em si, os dos vilarejos não vão as cidades, as cidades poderão repensar seu crescimento.

Se o capitalismo estimular menor carga de trabalho, mais mão de obra consumirá.

Se ele promover uma boa educação e menos ensino as pessoas serão mais críticos e assim menos degradarão e possivelmente deixaremos de crescer e enfim poderemos desenvolver. Pois todos participarão e não meramente teremos uma democracia representativa.

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