APENAS REFLEXÕES.


     
Oh quanto é contraditório e infeliz essa vida. Das diversas amarguras é que surge timidamente o prazer de ainda continuar a viver. Não sei exatamente se alívio é o que realmente traduz a felicidade; ou se mera utopia de que tudo no final irar se endireitar, ou seja, cessará relativamente o sofrimento; ou um breve condicionamento nos aliena e ficamos temporariamente dormente ao ponto de não sentirmos dor.
Mais ainda pior, a felicidade realmente existe. E se ela existe porque tão poucos podem a acessar e esse é o único modelo de relacionamento humano: relação de poder ou de dominação.
Todavia, pode ainda ficar pior. Pelo menos trágico, o que eu como mero  estudioso concluo, nos poucos anos de relativa e paca percepção, é que todos os sentimentos como a maioria das dimensões metafísicas ou palpáveis como a matéria, possuem mas que uma dupla organização que evolui para além do bem e mau, do bom e pior, do maior e menor, do doce salgado, do belo e feio (...)
Penso que tudo está interligado holisticamente no tempo e espaço, material e metafísico, emoção e razão (...) dialética e relativamente em uma dança dantesca e medíocre. Onde tudo e o nada brincam em movimento eterno. Este com seu fim e renascimento contínuo.
Dentro dessa perspectiva, saliento que longe de questionar as verdades metafísicas ou as científicas apenas reflexiono para além de Deuses e ciências. Careço portanto, de práxis e de teorias, pouco me importa, pois não poderia me poupar a alfinetar-me a pensar crítica porém não tão ceticamente, crente que a dúvida é um bem melhor se não as cegas ou severamente.
Portanto, voltando à felicidade, alegria e prazer. Estas podem está para além dos seus antônimos: infelicidade, triste e desprazer. E mais, do caminhar paralelo delas. Talvez uma destas capilaridades com seu inverso, em relação de eterno conflito  (harmônico) dialoguem com seu contexto, a subjetividade que sente e que interage com outra outras subjetividades. Mas é bom salientar que nenhuma se sobreponha a outra isso fica para uma discursão do relativismo. Ou seja, dependentemente de como se encontra um corpo/alma/espírito biopsicossocioespiritual em contagio e contagiante com o outro ou outros em determinado contexto histórico cultural  acontece a interação dialética relativista.
Relembro que tudo é em movimento homeostático, quero dizer, tudo tende ao equilíbrio, mesmo que temporário, a harmonia existe.
E parece-me que é nessa fase que se sente alegria, felicidade e prazer, não necessariamente nessa ou naquela ordem, como enfatizei depende da dinâmica biopsicossocioespiritual em questão.
Então por fim nunca estou tão triste que não posso ir mais profundo ainda nesse prazer, ou alegre que não me caiba um sorriso desesperado pelo fim desse contentamento, ou ainda um prazer de ter vivido entre dores e subjugar a dor e ela me doar prazer de a ter conhecido e dela necessitar presença.
Chega de cartesianismo ou romantismo ou conceitos por si só. A vida não é tão apática ou carente de nuanças. E a morte não tão trágica como querem que internalizemos. Apenas vivamos prazerosamente sem esquecermo-nos do contexto e dos que contextualizam o fenômeno que sentimos. Parecemos de receio do nosso inconsciente,  pois ele sim tem muito a nos ensinar sobre nos mesmos. Ele foi inconsciente porque não querem que tenhamos prazer em tudo, temos domesticado certos animais e por que não podemos domesticar a nos mesmos? Isso sem alienação ou ‘mediocrização’ de nossos conteúdos. Pois não conheço um tido gênio que não tenha sido esquecido ou ignorado pelo seu contexto e momento histórico.
Quantos destes não aprendeu a ser feliz sozinho ou solitário desde sempre e quanto devemos a eles?
E, quanto devemos a nós mesmo por ‘mediocritizar’ nossa inteligência e nossa diversidade. Essa última é o que nos une e nos faz sermos ricos à diversidade é salvação para nossa apática possibilidade de continuidade nesse planeta.
Portanto, quanta real felicidade devemos a nós, pois negamos a nós mesmos nossas contradições, divergências e conflitos. Esquecemos que isso é que nos faz progredir não somos enlatados ou máquinas que só faz único instrumento.


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