O anti altruísmo.


Antialtruísmo: A árvore genealógica do Anticristo
            Ele se veste do melhor linho e se maquia da mais cândida alma. Devora toda a consciência de uma possível harmonia humana. Prega a diferença de acesso aos prazeres conquistados, escravizando seus semelhantes com promessas metafísicas, banhadas do sangue ingênuo dos que são levados a lutar por uma futura redenção, que de falsa se concretiza na morte, esta chave do silêncio, em final de corpo martirizado.
            Levanta edificações ‘babeliantes’, proclamam o amor sem altruísmo, alteridade ou empatia, ou seja, com apenas uma doce mentira chamada egoísmo da eugênico, sexista e adultocêntrico prazer: eurocentrismo, a praga vinda do velho guerreiro que engendrou as duas grandes guerras. Um subproduto das diversas e vãs doutrinas pagãs condessadas ao falso cristianismo. Estas últimas, oriundas de culturas também dizimadas a espadas eretas penetrantes de mulheres e crianças estupradas. Na realidade, aquelas fortificações, onde hoje se esconde o sangue morto de quem a ajudou a edificar enquanto esses sangrados e seus descendentes cada vez mais empobrecidos, mesmo que cativos de outra maneira, como hoje, intelectualmente.
            Levitam ao se deslocar, singelo serpentear, como a preguiça que se enoja, mas com uma astúcia ‘iênica’ carniceira, tal qual o chacal, alimenta-se dos restos deixados pelos verdadeiros predadores:  Os invasores, que empunhados de letais instrumentos das cultura só  mais evoluídos em suas cruéis voracidades de dizimar com seus dogmas sacrílegos. Afim de que seus fies se dispam de seus pertences enquanto eles os recolhem colocando-se como mordomo fiel das potestades divinas e seculares: Foram os maiores posseiros, agora confiscadas por sua irmã, que atende por nome sociedade, hermafrodita de duplo sexo – Estado e Política. Esta que trai, aquele antigo prostituto, com o não tão novo assim, mas com diversas face burlescas, o Mercado.
            Mas essa hermafrodita, ainda se emporcalha com esse propagador de inverdades, desonras entre outras imundícies, com isso ela imposto nunca paga. Todavia sua maior virtude é disseminar discórdia, dissensões e a morte. Estas três expressam a maior das discriminações: A hipocrisia, que juntas as suas filhas, a estupidez e a intolerância se alimentam nas tetas de cada cidadão.
            Estado e seus vassalos, na realidade. Mas não esqueçamos seus netos: Racismo, descendente incestuoso do utilitarismo (filho bastardo do colonialismo) este que também por herdar o hermafroditismo gerou de barriga quadrupede: eurocentrismo, adultocentrismo, sexismo e antigeriatria. Todos batizados pelo santo dos últimos dias – O Trabalho. Este que arrebanha carnes, vísceras, almas e espírito para um culto insalubre.
            A bem da realidade, ele é a base da dogmática, o grande Minotauro, transformando a vida um labirinto ao assassinarem a brincadeira infantil, a paixão adolescente, a liberdade adulta e paz dos idosos.
            Sustentam uma alienação, apresentando-a como utopia, em um ideal platônico, ao reverso da caverna, propondo a morte como chave para esse retorno, o descanso eterno, ou seja, aqui apenas e realmente a escravidão.
            A paz, o amor e a alegria pueris são alcançadas pelo duro trabalho até a idade idosa e sem crítica, e assim todos são levados a ser escravo e vão-se tão cegamente que morrem assim ao ponto de  creem que serão livres pela busca cega ao dinheiro que nunca é suficiente.
            Bem, enfim, agora posso afirmar que nós céticos temos que caminhar sozinhos, pois ao seguir o Anticristo somos queimados em sua fogueira junto ao altruísmo da entrega incondicional, negamos o amor como se não fosse nunca possível viver a partir desse gozar.
            Temos que carregar nossas cruzes cegamente como se fossemos filhos de Deus ou negar que até Ele chorou e resmungou ‘ porque me abandonaste’. E assim, cremos piamente que não podemos realmente amar, apenas nos contentamos com sonhos (utopia) como se não fossemos capazes, pois o argumento é que não mais somos, e sim temos. Assim, portanto, amam-se as posses, esquece-se de quem as possuem e pior ainda quem nas as têm.
            É um determinismo messiânico, como se além de sermos expulsos do paraíso, temos que negar que podemos cear antes da pesada cruz ou não lavar nossos pés com as lágrimas de quem poderia nos amar pelo que somos e não pelo que temos.
            Eis que revelo, quem nos cega a cada dia, nos ensinando Deus, como intolerante, genocida, heteronrmativo, adultocêntrico, etnofóbico e potestade de poder impiedoso - eis o Anticristo: O religioso.
            Esse que sustentou as santas guerras, como forma de avassalar os seus semelhantes, como se Salomão fosse menor que Davi, por esse ter as mãos sujas de sangue e assim indigno de erguer o local de adoração. Como se Deus tivesse treinado no Êxodo para matar seus escolhidos e não fossem os que morreram incrédulos, presunçosos e medíocres diante de tantas maravilhas apresentadas.
            Esse assassino sustenta a intolerância do fariseu Saulo não o amor altruísta de Paulo. O Anticristo religioso, como já o denuncia seu sobrenome, sugere que brinca com os decaídos em um consumismo carnavalêstico ( carne que vale) espremendo o sangue destes para cear na páscoa degenerando em adubo orgânico as festas da fertilidade as colheitas a serem relembradas no fruto natalino em bailar cíclico da nossa eterna miséria.

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