RECIFE FEDE Uma crítica ao mundo.


"Enquanto a cidade adormece, a criança entre restos e dejetos subtrai a última relva poluída e, outras não tão inocentes assim, roubam-se de seus corpos e almas as delícias sádicas de canalhas e auto assassinos." (continuação)
Foram-se com esses dejetos meus sonhos parece que eu mesmo procurava, como aquela criança, entre os restos minha própria vida, eu não deferia tanto daquela criança. Não sei se minha empatia nasceu com as dores de meu parto ou nas dores de minha vida.
A noites, como hoje, em meio a uma desilusão tamanha que apenas faço algo para me certificar se ainda respiro ou se jaz e não fui alertado.
Como aquele ser que entre a podridão do Recife colhia meios de certificado de sua vida transformada em miserável, como ele, ao morrer a última utilidade e etérea, adubar a vida de outros que nasceram quando eu morrer que eles consigam ver menos miserabilidade ou morte de tantos que não viveram apenas miserabilizaram, ou a isso foram jogados.
O trágico que não vejo meios para isso cessar, o humano deixa cada vez mais para traz a possibilidade sociabilizar uma forma de vida digna a todas as criaturas e demais seres viventes e isso de maneira sustentável.
Creio que tanto prognósticos de fins dos tempos, são formas de sublimar um desejo imenso de recomeço, mas nas caladas da madrugada, quando lembro que sozinho redijo e poucos leem ou lerão esse desabafo é por que fomos tão bem alienados a contemplar um belo vazio em si, nos ensinaram a não ter tutano, por assim dizer, sermos também vazios, sem crítica ou sentimentos, vivemos como Freud, prenunciava, no inconsciente, só que ele perdeu a premonição para seu discípulo, vivemos no inconsciente coletivo, mas negando isso ou tudo que afirme que somos pois apenas pensamos ter.
Aquela criança como tantas, como eu um dia, apenas gostaria de saciar uma necessidade básica, como você ou eu no presente, basta levantarmos e irmos até nossas geladeiras e tudo saciado. 
Façamos um exercício, não de ócio, mas de humano desumanizado, deixemos a fome passar e sintamos o mau está leve mais forte de não saciado, a angustia de quem não tem como comer, um pequeno desespero da morte e o sopro leve de que não teremos isso pelo resto da vida.
Talvez assim você, como muitos, empaticamente saiba o que sentem os antigos pivetes, cheira cola, trombadinha, malocas  ... hoje moleque, aviãozinho mas nunca crianças e adolescentes sentem e assim além de não os discriminá-los podes sentir um pouco de alteridade e ainda melhor altruísmo.
Poderás além de buscar ajudar ele no saciar - mesmo que seja um droga, pois essa, pode o impedir de morrer imediatamente, principalmente indicando que são poucas mortes efetivamente pelo uso destas substâncias e sim a violência que as cercam, e ainda, o álcool e o tabaco matam muito mais - poderás pensar em projetos e programas de enfrentamento ao caso e ainda, saber e fiscalizar as políticas públicas para esse público.
Ou seja, serás mais humano, não no pejorativo que essa palavra tem denotado aos críticos de plantão, como eu, pois ela tem tido uma conotação de individualismo abstrato que naturaliza o descaso com o sofrimento alheio, e se eu estiver correto, estamos entrando em uma fase, se é que já não estamos a muito, em um delírio coletivo.
Mas esse é um outro momento, mesmo que se interligue. E, assim eu gostaria de deixar de usar óculos escuros, que uso para que não percebam meu desespero diante de tanta correria abstrata, por apenas dinheiro, uma falta de sintomatiza falta maior, só temporariamente sufocada por outros vícios, em um bailar de drogadição. 
Como também deixar de usar o fone de ouvidos sem que eu sofresse com tantas mesmices e murmurações, pois os seres que eu convivo em coletivos, nas ruas, nas praças estão muito preocupadas em "viver e morrer", mesmo que o primeiro verbo é atuado de uma maneira "autoaflitiva" autopunitiva uma norma forma de usar o silício dos católicos severos.
Causam-me dor de tanto doer e até sem perceber o quanto sofrem. Dor que buscarei expressar em Delírio Coletivo. Até breve.


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