"Sem lenço e sem Documento" Porque somos alienados ao ponto de reinvidicar sem alteridade.

Diante dos fatos de mobilização penso quanto eles irão trazer reais proposições para maior celeridade de mudanças sociais reais. Pois quais são as buscas destas? Quais são os mecanismos legais efetivados posteriormente das ações?

Pensando que número não é qualidade, lembro-me dos "caras pintadas" filhos burgueses que não representava a real cara brasileira, penso as atuais ações pela cor da massa, as roupas, as questões e, sobretudo, os desdobramentos fazem-me perceber que continuamos mal representados ou as necessidades trazidas pelas massas não são as minhas. Pois, até a violência comum a cada final dessas mobilizações denunciam que as ações estão sendo sem finalidade.

Bem, como ações começam com necessidades que parecem eclipsadas (nascem de que? se são Ahistóricas) e não apresentam proposições, Pautas ou prognósticos de reinvindicações ( para que?)

Parecem nascer sim de investimentos em Campos e Estádios, como se estes fossem o único ato governamental de submissão ao mercado de consumo, como se fosse o único ato estuprador da dignidade de um povo, hoje representada pela FIFA.

E terminam como se nada quisessem, quais são as buscas e quem a de as responder? Vaiam uma presidente, eleita por eles mesmos e democraticamente, questionam governadores e prefeitos mas será que ao menos 10% daqueles questionadores, ao menos lembram do nome dos vereadores e ou deputados que eles próprios elegeram?

Ou sabem ou ignoram que a Justiça não faz a Lei e sim a cumpre, mas não é Ela que é responsável isoladamente pela impunidade; ou ainda, qual desses mobilizadores um dia foram ao Ministério Público para demandar questões coletivas, ou ainda entendem qual a função real do MP, para reivindicar um não a Emenda Constitucional 37?

Ou melhor quais as bandeiras contra as violações históricas que são questionadas, ou questionam as baixas ou extinções das desigualdades sociais, e propõem a universalização de acesso a informação e permanente formação, para todos e em especial para as camadas mais desassistidas socialmente?

Não, não me parece que essas são as bandeiras pois é contraditório e até infeliz ou improdutivas as ações mobilizatórias que não possuem um cunho proposicional: esquecem que a Constituição Federal além de justificar os desmandos dos poderes estabelecidos também possuem diversos mecanismos de mobilização longitudinal que propõe a participação como por exemplo a ação pública para propor leis, como recentemente propuseram a ficha limpa; e a maior arma sempre mal utilizada: o voto.

Creio que em duas frontes onde as mobilizações poderiam efetivar substancialmente resoluções para a qualidade do resultado das ações. Primeiro, sabendo anteriormente que nada fora da lei tem substancialidade e efetividade em uma mobilização, portanto, para questionar precisa-se necessariamente se empoderar sobre onde e o que atingir para reivindicar. E assim, segundo, quais são as respostas esperadas.

Portanto, e em suma, a questão é o poder. E então temos que nos fortalecer pelas conquistas que temos e para onde direcionarmos essa vitalidade.

Mas como, se embandeiram levada ao vento. Ou ainda sabem o que querem mas não sabem expressá-los. Entretanto, assim, apolíticos, aculturados, ahistóricos, portanto, eclipsados são facilmente arrebanhados, ou seja, alienados e assim levados como vento ao léu como historicamente os colonizadores, escravocratas, latifundiários e mais atualmente os políticos manipulam aos seus interesses as massas desinformadas.

E isso nada mais é que representações burguesas, atualmente classe média buscando poder. Mas será que ela levanta a bandeira dos pobres no semiárido; ou assentamento digno para os pequenos produtores rurais; ou questionam os investimentos governamentais em energia e transportes poluentes; ou questionam incentivo em redistribuição de renda que tem acomodando a população em apenas no consumo?

Não, mas as bandeiras são geralmente assim: da qualidade de trabalho e salários dignos para os professores, médicos etc. mas eles mesmos querem trabalhar em diversos lugares para responder essa falta de renda ou qualidade no trabalho, no entanto, geralmente são os primeiros violadores de direitos dos seus usuários, onde burocratizam o atendimento, doam péssimas qualidades de acolhimentos sempre demonstrando suas insatisfações contra a população e não contra o governo. E destes profissionais, poucos realmente pouco vão as ruas e quando vão defendem apenas seus interesses.

Em suma, assim negando ao povo o poder de acesso a dignidade e pouco equidade é buscada. Parece quererem manter a desigualdade histórica e o massacre do mínimo de qualidade de vida ao país.

Portanto, não tem sentido reivindicar sem antes praticar a alteridade sem a bandeira de direitos universal com respeito ao mínimo da dignidade para o outro. Sem isso, as multidões são apenas perdidos ao vento sem lenço e sem documento.

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