DIREITOS HUMANOS OU DEVERES HUMANOS? ( Apartir de um provocante artigo de RIVALDO PAIVA, no Jornal do Commércio)


Como a vida, ou parte dela, os Direitos Humanos - DDHH que sonha ou quer-se ser percebida como o maior defensor da dignidade de todos os viventes, necessariamente é preciso percebê-los como Deveres Humanos.

Se eles nasceram após a segunda barbárie inventada para saciar a sede de sangue dos grandes capitalistas. Incensos aos quais queimam corpos como cheiro suave ao deus dinheiro. Pena que sua religião não cultiva amor a outra coisa, se não a tão miserável deus, e seu culto é a desgraça dos seus semelhantes. Mas esse não é o maior questionamento necessário, ao menos no presente. Voltemos as origens dos DDHH, que nasceram como um sonho ou uma nova mentira a ser perseguida para a mantença da vida. Até quando precisamos de inverdades para viver.

Digo uma mentira, pelo simples fato que a Organização das Nações Unidas - ONU, é tão dependente dos capitalistas ianques que não posso conceber os DDHH como uma verdadeira falácia. Principalmente porque os grupos que não comungam, ou não se submetem as regras culturais intervencionistas ocidentais são sempre rechaçados das negociações efetivadas pela ONU, ou seja, um espaço que se diz de efetivar direitos parece-me frágil ao negar o direito ao contraditório. Exemplifico isso, com as intervenções supostamente humanitárias nos países árabes, mesmo que matando inocentes, nunca são punidos os ianques, mesmo que não concordo com nenhum poder arbitrário, todavia só são os ditadores, ou "terroristas" que gozam ou tripudiam sobre as desgraças dos seus semelhantes?

Bem, este exemplo, foi apenas para (re)enfatizar que quando os DDHH foram pensados para tentar semear paz foi adubada com mortes de muitas pessoas que foram ceifadas sem nem saberem a razão de tamanha carnificina. Na realidade se DDHH foi uma bandeira de dever, foi a de lutar a cada dia por uma verdadeira consciência de sua origem e suas pretensões e diretrizes, mesmo que seja, em nome da paz, pois até essa pode ser arma para a desgraça.

Pois não há paz, sem o dever de tolerar e aceitar que somos diferentes comungando de deveres iguais de manter os direitos equânimes. Portanto, tolerar é um dever que alimenta o direito a diferenças, mas que essas se cotizem em manter os já pacos recursos que possuímos para continuar com direitos, como a vida.

Mas não há vida onde os direitos negam a individualidade em coletividade, onde, como na repressão militar que preconizava que o direitos alheio cessava quando de outro iniciava ou seja nunca o coletivo dever de lutar pela igualdade era pensado. Hoje, ainda temos resquícios dessa desigualdade expresso no poder dados ao político em suas imensas imunidades. Assim, a individualidade é agressiva ao coletivo, onde o direito a vida não se torna em dever unirmos pela conservação de uma cultura de paz.

Pois como se esses direitos humanos que não é repensado para destituir o poder como meio das relações e não luta por uma nova forma harmônica com os recursos tende a promover novas formas de guerras. Isso necessariamente, acontece nas guerras civis veladas nos diversos centros urbanos do Brasil. Negam, em suma, a histórica e permanente busca de efetivar tais direitos, portanto, essa é a maior expressão que não existem DDHH e sim Deveres Humanos.

E esse maior dever, se repensa quando são lembrados que nas relações coletivas são fenômenos que a cada interação ratifica ou retifica os deveres de tolerância. A qual alimenta a nossa diversidade, ou seja, nossa maior riqueza, a da manter a paz como meio e fim das relações e não o poder. Já que esse alimenta o que fez os DDHH surgir: a morte fria e insensível para alimentar o poder. Mas, enfim, que essa forma de extinção e domação do ser humano não seja a fonte final de resolução de conflitos é para o dever que os DDHH deveriam se repensados.

Isso, retificará o que alimenta a insensibilidade do ser contemporâneo, a individualidade. Pois, deixamos os deveres implícitos nos Direitos tem dado perdas históricas da conquistas diárias, as pensadas a partir dos DDHH.

Sendo Deveres Humanos, além de dar aos seus acobertados o dever de continuar lutando, também a consciência de lutar perene a cada interação, em suma um sinônimo de alteridade e altruísmos. Pois, até a quem é dado maior responsabilidade (deveres) maior sensação de efetivar o dever de distribuir tal poder-dever fazer.

Assim, podemos dar a todos o que mais pedimos: vida. Baseada na cultura de paz, pois sendo o poder-fazer a possibilidade de corresponsabilidade poderá efetivar o empoderamento, ou seja, a senso de responsabilidade, por sua vez, pode contribuir para maior respeito aos recursos que ainda temos.

Enfim, Deveres Humanos é uma chamada a viver, em coletivo, harmonicamente a partir da cultura de paz. Um empoderamento para uma democracia participativa e consciente de que todos são indispensáveis em suas peculiares visões de vida, isso garante inclusive, e especialmente, a evoluirmos.

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