Poder-Dever, onde coexistem pessoas da em/poder/ação: esboço para um manual de um verdadeiro revolucionário.



Estive sendo provocado a perceber que nós estamos em uma sociedade carente de ser (res)significada.
Isso antes e agora ainda mais ante as últimas mobilizações, as quais se colocam como populares, as mesmas que me parece que nunca virão a ser sociais, pelos menos com as características que elas têm-se sido fincadas, por necessariamente, os seus autores desconhecerem suas próprias fontes de dores e muito menos as dos seus semelhantes, aqueles mais desassistidos historicamente.
Então estas ações "pop" apenas incrementam nossa ignorância para o cerne da real proplemática: A luta pelo e apartir da distribuição do poder e o exercício arbitrário dele.
Eu, por sonhar utopicamente com uma sociedade que almeje ser baseada na divisão equitativa deste poder é que me decladio aqui em algumas ideias tanto quanto ao poder como a forma ideal, ao meu ver, de exercício dele.
E neste sentido falarei sobre os direitos humanos, como deveres humanos; o poder como poder-dever e por fim as relações em um mundo de em/poder/ação.
Bem, para falar sobre direitos humanos que quero aqui especular que ele venha a ser deveres humanos é pelo mero dilema que as falhas universais, clamadas pelos ativistas dos direitos humanos, têm-nos levado a um mundo extremista, no que se refere ao individualismo.
E o que é indivisível nas revindicações destes ativistas pouco tem dialogado com as demais peculiaridades de grupos historicamente desassistidos. Basta notar entre tantas pautas, as dos direitos ao trabalho. Estas são tão levadas ao extremo que me parece que somos ensinados apenas para o mercado de trabalho e assim, nega o conceito latu sensu da educação, onde na realidade apenas somos bitolados para sermos mão de obra boa e barata.
E este mesmo exemplo serve-nos para citar o direito de igualdade, mas esta conquistada sempre tão superficialmente que aqui não encontro outro citação melhor que o direito ou (o dever imposto) consumo, onde todos podem e são estimulados a comprar cada vez mais, porém não se discute a qualidade do que se é acessado a preços absurdos, se consideramos a questão dos impostos, ou ainda da alienação impregnada no consumo na modalidade de crediário, onde o cego consumidor geralmente paga pelo que nem sempre precisa e quando esse utensílio é pago efetivamente não mais garante a sua utilidade por já está inutilizado ou haver outro mais supostamente mais avançado.
Talvez em um exemplo de universalidade dos direitos deveriam se basear, por exemplo, nas violações destes pois realmente as diversas formas de violações de todo e qualquer direito são não universais, como a miséria que abarca a cerca de 75% da população, é universalizada se considerarmos que as classes médias baixa e alta apenas são assim categorizadas pelo consumo e não pelo índice de desenvolvimento humano - IDH e independência econômica.
Bem, aqui creio que podemos citar que todos podemos consumir. No entanto, nestas breves palavras fica implícita a frágil aquisição desse poder.
A partir do consumismo somos estimulados a sermos individualistas e esse é o maior mecanismo da forma política administrativa de nossas vidas.
Só somos apenas um, porém juntos não, parafraseando Fernando Pessoa (salvo engano) um sonho que sonha só é apenas um sonho, mas o que se sonha em conjunto vem a ser realidade. Essa é uma verdade que nos querem levar a desacreditar. É aqui que me serve para lembra que o poder o qual almejo vos sensibilizar é o dever.
O Dever, remonta a percepção do outro no processo e qualquer movimento humano. Poder-Dever é justamente conquista espaços coletivos em nome de desejos de mais de um indivíduo. Por exemplo o que a repressão militar combatia era a união de pessoas para que estes unidos se fortalecessem.
Hoje os neocolonialistas nos leva a sermos felizes sozinhos, ou ao menos a conquistar sozinho nossos mundos, é como se fossemos, ou nos querem esquizóides, cada um na sua, assim é mais fácil administrarmos, ou poderia ser mais agressivo, bitolado.
Porém essa é apenas o princípio da verdade, ou melhor de nossa dor, que temos urgentemente aceitar e aprender a combater. Pois, também precisamos entender que no Poder-Dever não só é implícita a empatia, como ela tem que se exercida ao extremo.
Assim seja, precisamos revolucionar como canta os Xukuru "quem tem medo de formiga, não pisa em formigueiro", quero dizer que temos que não só nos pisar (formiga) como não pisotear o formigueiro (sociedade). Isso dito em nome da realidade que ainda precisamos conquistar muitas outras fontes sociais.
No entanto, a forma nascedoura de nossas reinvindicações é que está errada, partimos sempre do direito individualista, pisamos a nos mesmos, nossos semelhantes e as conquistas que já temos. Mas isso acontece pelo simples fato de não nos conhecermos e, muito menos aos nossos semelhantes.
Assim não poderemos exercitar poder, porque sempre estaremos nos colocando consciente ou inconscientemente como mercenários arbitrários e agressores, porque fomos adestradas a pensamos em nossos umbigos e não enxergamos a um palmo além dos nossos narizes.
Enfim, para que seja possível uma sociedade do em/poder/ação, na qual o em ( está entre, ou seja nunca só), poder (necessariamente dever de servir ao outro por que isso gera não só reciprocidade, mas também conhecer a nos mesmos, pois vos lembro que somos quem nos diz que somos) e por fim ação (movimento, perene, pois direitos tem que se resinificar a cada dia).
Todavia esse processo, não só pode ser trabalhado indiretamente, e sim com diretividade, em um movimento consciente do que se quer, baseado no que você realmente é, e se não se sabe quem seja, essa deve ser a primeira revolução interior e subjetiva antes de qualquer questionamento, caso você não queira ser massa de manobra; após se conhecer a aptidão para se fortalecer ( empoderar - conhecimento da informação para acessar o poder) com seu grupo, como a família, comunidade, bairro, cidade (...) assim se nasce as reais necessidades e seus conceitos.
E destes as grandes questões a serem repensadas e outras destruídas e muitas abandonadas. Assim digo pois alguns dilemas da humanidade não podem ser esquecidas, pois a história tem a mania de se trasvestir por manobras humanas bem arquitetadas especulando nos enganar.

Bem, portanto, seja bem vinda eis o esboço para um manual de um verdadeiro revolucionário.

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