NEM NARCISISTA OU EGOISTA O HOMEM É MOVIDO PELO PRAZER IMEDIATO

O homem não guiado por outro poder além dele mesmo, quando ele não reconhece isso está fadado ao seu próprio mal, prenunciando a morte, viver solitário preso em si, com saudade do futuro que ele nunca vislumbra pois nunca foi ele mesmo por um mero segundo. Vivem sua vida, bebendo seu sangue com bebida nobre e usando como tração animal.

Freud quem prenunciou, melhor reuniu em suas pesquisas as suas percepções que revolucionaria a percepção humana sobre si mesmo. Apontou, com auxílio de diversos pesquisadores que bem o alimentou, que o homem é regido pelo princípio do prazer e que a socialização necessária dá-se apenas pelo autocontrole do que ele chamou das pulsões, energias que encaminha o homem a saciar sua sede a todo custo. Sigismund trazia a luz o nosso maior inimigo, nos mesmos, pois dizia o pai da psicanálise que este princípio do prazer é escrava da pulsão de morte. Bingo!

O homem para viver menos indignamente precisa saber dosar entre o princípio do prazer trazendo os mobilizadores destes para o princípio da realidade. Este que é onde todos nos neuróticos encontramos relativo maná para saciar nossa sanidade.

O problema é que quanto mais o homem vive  sem se conhecer espelhos inconscientes, surgem como espectro de uma parte de nós que nos buscar devolver aos mais profundo prazeres escondidos e renegados por não serem socialmente aceitáveis. Talvez isso explique o fascínio das massas por atividades supostamente artísticas quando expositivas das sensualidades dos medíocres artistas.

Bem, o que quero trazer hoje é que, nosso judeu trouxe-me hoje a percepção que sub existem atuando como narcisista, como sinalizei em postagens anteriores, pois para sê-lo precisa-se de saber que beleza temos, mas tememos conhecer nossa maior dimensão, o inconsciente. Também falava que são um pouco mais o número de egoístas, por que estes vivem o gozo do outro como se fosse o seu, exemplificava aqueles que compram o que não precisam. E agora chego, creio a que são grande maioria: os movidos pelo Id.

Freud comentava que temos três dimensões constituidores do que somos, o que apresentamos na estruturação dialética e dinâmica de nossa personalidade e refletida em nossas escolhas de atuar, no que chamamos de caráter. O psicanalista dizia que o Id são as características mais selvagens e irracionais que aprendemos a lidar com ela com as regras proibitivas do superego, representado pelo pai, ou seja a lei e na luta destes gregos e troianos nasce, ou se estrutura o ego. Este, seria, de certo modo, base para nossa personalidade.

Bem, ao apagar das luzes do mundo moderno, a pós modernidade teve a alcunha de mostra a face mais perversa do capitalismo: Um suposto prazer sádico, mas que é masoquista. Uma certeza de individualismo a partir da liberdade doada pelo poder aquisitivo. Uma universalidade a todos aqueles que trabalharem duramente e uma igualdade a todos os que nascessem. Na realidade usam tão bem tal ideologia que penso que o capitalismo se utiliza dos Direitos Humanos para impor seu maior e atual trunfo, fazer o homem gozar em seu sofrimento e justificar isso a todos como o melhor a fazer.

Enfim, chego ao princípio, ao de que o homem é Id, selvagem. Como, Oswald ou Mário de Andrade dizia, “ Só a antropofagia nos une”. Profetas do mal dos séculos,  proferiam nossa maior escravidão.

Então sendo cada um de nós movidos pelo prazer imediato, necessariamente a dor, a miséria e calamidades imensas ou a morte, tanto nossa como a de outrem pouco nos afeta. Mesmo porque somos levados a crer que somos semideuses e canibais, mas mal passamos de usados e humilhados por anjos decaídos. Basta ver os jogados na sarjeta de tantas misérias como suicídios de ricaços ou mortes prematuras de jovens de classe média alta por erroneamente não terem outra opção para viver. Parece que concordamos, necessariamente que “E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mateus 24:12), a vida tem cada dia ficado banal e a morte quanto mais trágica natural.