DEPRESSÃO II: Um pouco da face pálida.



Aqui começo minhas percepções a partir de ler Andrew Solomon, como citei que partirei de “O demônio do meio-dia: Uma anatomia da depressão”, onde em suas primeiras páginas cita que o amor protege a mente de si mesmo, fato que para mim justifica que o inconsciente seja a maior estrutura em influencia sobre a personalidade. Tanto que não sabemos como agiremos a cada segundo que vivemos, pois somos mobilizados por forças contradizendo o que ao senso comum pode ser especular quanto a sermos regidos pela consciência em interação direta com o externo. Porém há mais de um século que Freud destronou o homem do seu autocontrole, apresentando que somos influenciados pela busca inesgotável de saciar nossa libido, em comportamento, quase determinista, baseado apenas pelo princípio do prazer, que segundo  o pai da psicanálise se é um mecanismo da pulsão de morte, como salvo engano Sören Kierkegaard diria, somos um ser para a morte.

Mas não chego ainda a esta base para explicar o sofrimento humano. E sim ao que o autor do Demônio do Meio Dia traz-me quando afirma que “Enquanto homem existir consciência do eu, a depressão persistirá” (p.16) e, que sabendo que esta consciência é a menor dimensão nossa, reforço, pois citando a psicanálise que preconiza que o que nos causa sofrimento, ou frustração geralmente jogamos ao inconsciente, todavia, os que aprendem com a frustração descobrirá que ela é sociabilizante, o problema é que como cita o Solomon “O colapso é consequência cumulativa da decadência” (p.17), pois creio que esta decadência pode ser síntese de diversas frustrações quais não aceitamos como base para aprendermos a viver em comunidade, visto que falhamos quando não acatamos a necessitamos do outro e com este somos mais fortes e completos. Talvez porque, cada dia mais é estimulado uma pseuda independência desta sociabilidade, ou será que somos ainda sonhadores em um dia acordamos Deus? E essa impotência nos corrói?!

Assim, cabe-me citar novamente nosso especialista em depressão: “A reconstrução do eu durante e após a depressão depende e exige amor, insigt e tempo (p.19), então, de um lado, se ele cita o amor como meio para sobreviver aos sintomas da depressão, afirmo que disso precisamos, e que somado ao saber quais são os mecanismos que nos pode levar ao foço que impossibilita a vida continuar, como é o caso da depressão, podemos aprender a viver com e dela tirar lucro pois ele continua, “A depressão interage com a personalidade” (p.23) precisamos entende-la, mesmo que apenas isso é muito pouco, pois, como por exemplo, sabe-se que “A depressão a maior assassina” (p.25) ao considerar sua devassidão ao longo da história dessa nossa humanidade, que com tal assassina vencedora, não podemos deixar o inimigo longe até o conheçamos ao ponto de vencê-lo ou unir-se a ele, principalmente que ela assola a pelo menos dois milênios.

É tanto que pessoas, quais “Se sente mal, sem motivo, a maior parte do tempo está depressivo” (p.19), leve, moderada ou fortemente pode está sendo regido por um imenso princípio de prazer que se alimenta de você rendido deixando desejo de não existir

Todavia a dificuldade é que muitos desconhecem quais as reais e  faces dessa mortífera histórica companheira da humanidade e podem está tão perto dela, ou melhor, por ela sendo estruturado.

Andrew Solomon cita diversos mobilizadores deste mal, no Capítulo II ( colapsos), ele aponta que são potencialidades de aproximar o homem de si mesmo de uma maneira mais verdadeira e provavelmente tirando as máscaras da farsa de nossa sociedade, parece-me que leva ele afirmar que existe  uma “Similaridade entre estresse e depressão” (p.57) quem sabe que as demandas externas ao depressivo se alimente do estresse para provocar o mal citado, que quando encontra um ser adoecido com “Causas profundas, crises existenciais, dores esquecidas da infância, os leves erros cometidos com pessoas falecidas, a ausência de amor perfeito, impulso de cobiça e falta de caridade” (p.38) provavelmente produzirá uma “Ansiedade oposto a paz” (p.61).

Essa é uma “Ansiedade da perda do futuro e a depressão do passado, ambas irmãs gêmeas universais” a primeira prediz a segunda (p.63), enfim, domando os desejos para os minar contra a própria pessoa e, portanto, permitir-se a conhecer o seu passado, que sempre se atualiza no presente, quase sempre o condenado, então, é um bom e sensato caminho por mais caótico possa parecer o futuro, mas é nesse caos que a sua eficiência será percebida como eficaz.
*O demônio do meio-dia: Uma anatomia da depressão”, Rio de Janeiro,2002.

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