GALO DA MADRUGADA: PÃO E CIRCO NA TERRA DOS ALIENADOS
Se o galo da madrugada não
representar a negação de Pedro de sua fé ao menos serve a sociedade contemporânea negar a sua
cidadania.
Afirmo que o pão e circo que a sociedade atribuía a si mesma,
com certeza, é a sua maior auto denominação de fadada a sofrer eternamente de
suas feridas não trabalhadas.
Não nego que precisamos de
higiene mental, claro que não. Nem tão pouco sou daqueles que concorda com quem
explora a mão de obra, boa e barata, sem dar a esta a seu certo merecimento.
No entanto, incomoda-me pensar que
diante de tantos desmandos da FIFA
detonando nossa constituição. De tantos desleixos dos pernambucanos
quanto a nossa mobilidade ferindo
direitos básicos de dignidade e transparência, onde temos apenas a certeza que
não tendo uma reforma que nos der um sistema de transporte estruturante para
pelo menos uma década teremos sucateamento deste em menos de três anos. Temos situações preocupantes acontecendo no
nosso sistema penitenciário que nem é noticiado. E enfim, estamos em um ano de eleições estaduais e federais sem a
reforma política esperada desde a década 90.
Então será melhor fazermos de conta que nada acontece e brincar de que
tudo está tranquilo e não sentirmos inertes e implacavelmente insensíveis ao
sofrimento de nossos semelhantes.
Então, como pagãos cultuemos a
esculturas e bonecos ao menos estes são sem boca, ouvidos e olhos assim também
sejamos: com ouvidos mas sem poder ouvir, de boca de não verbaliza nada e olhos
que de tão cegos, enfim, vivemos alijados de nossos direitos básicos de pensar,
criticar ou propor reformas e novas intervenções para melhorar a nossa precária
vida.
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