Amor melhor forma de voltar a escrever!
Uma
das maiores verdades em Nina Saroldi
frisada em seu “O mal-estar na civilização: As obrigações do Desejo na
Contemporaneidade” é que o “O oposto do amor não é ódio, e sim a indiferença”
(p. 24).
Porém,
indago-me quanto ao porque de uma verdadeira mentira dessa sociedade
pós-moderna é a ater-se ao ódio como o oposto do amor. Como se odiar não fosse
uma forma de pertencimento, uma ao pertencimento ao ser que direcionamos ambos sentimentos.
Pois,
por sua vez, a indiferença é a inexistência de qualquer sentir, pelo contrário
é a negação da diferença, ela que une opostos. De tal modo que os unidos
transformem-se ou, sejam um, isso em mais do que empatia, é uma real e única
forma de garantir a existência humana.
Existe
uma passagem bíblica que fala no sentido de “irai-vos, mas não pequeis”. Pode
pensar a princípio que contradição, visto que a passagem fala em um sentimento
agressivo, porém é fácil entender quando percebemos que a ira não é a negação
do amor e sim um amor parcial individualista. Pois quando me incomodo ao ponto
de me irritar com alguém não é nada mais que meu amor próprio cego do seu
maior, completo e pleno amor, o de aceitar as diferenças.
Todavia,
irar mas não pecar também aqui cabe ao amor quando me incomodo com um erro que
vai trazer maior prejuízo ao que erra e aos demais. Portanto, aborreço o erro e
amor o errado travando com ele um outra forma de amar.
Por
outro lado, sabendo eu qual o prejuízo que a de vir a quem pratica algo
equivocado e calo sendo indiferente, ai sim estarei eu praticando o oposto ao
amor deixando esse que erra ser condenado sem nem saber ao certo porque errou.
Então,
enfim, irai-vos mas não pequeis, pois pecar é errar alvo e ser santo é ser
separado do pecado, ou seja, saber que existe em mim um mal que luta contra o
bem em mim, porém não me rendo ao mal, pois sou santo.
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