Cuidar de quem cuida? Genitores, lidando com o preconceito vivida pelo autista.
Para dar continuidade as reflexões junto aos pais, mães e cuidadores. de filhos atípicos, necessito para frasear Norberto Bobbio, quando o autor me provoca a dizer que não é salutar ter preconceito de
ter preconceito.
Digo isso para diferenciar preconceito de discriminação, esta que é
perniciosa a tudo que é civilizado. O preconceito, por sua vez tem algo de
útil, como sua escrita já diz é prévia a algo, mas também serve para
diferenciar uma pessoa das demais. Ele é anterior a agressão, portanto, podemos
aprender com o preconceito como evitar a violação. O que não se deve é se
tornar intolerante nesta diferenciação e deixar o preconceito torna-se em violência.
Todavia, diante de atos de discriminação e que podem ser violadoras ou
até violentas, cabe alguns mecanismos de defesa e afastamento. Entretanto, a mais efetiva é a auto aceitação.
Esta, refere-se a se amar, isso faz mais fácil o processo de desenvolvimento,
mas, este diferente do crescimento, pois é qualitativo e necessariamente, dele
nasce o livre arbítrio, que por sua é a base do nosso destino.
E, portanto, não se deve crer no
determinismo desta sociedade que o diferente, incomum, atípico é doente,
patológico e assim segregado. Então, não se pode achar que é algo ruim ter em família
um ser que comumente chamamos de atípico ou incomum em sua forma de interagir com
o mundo, pois se assim agimos, nos é que estamos abrindo precedentes para a sua
violação.
Quero dizer que se você se conhece, aceita sua condição humana tem
maiores probabilidade de desenvolvimento positivo e de não ver negativismo nos preconceitos,
pois estes são desconhecimentos da pessoa que ver; como também nos dá a
possibilidade de não se agredir quando diante de alguém intolerante, em desculpá-lo
de sua torpeza, pois este certamente é que não tem paz; como também não fomentar o
ciclo da violência.
E, então, não absolver as coisas destruidoras que vem destes. Todavia,
amar como prática da aceitação da condição humana que nos é permitida. E ao amar,
não apenas tolerar pois esta nega
que sofre e pode por isso agredir. Este verbo que é fruto
do ciclo vicioso e reforço negativo de afastamento e, portanto, não agrega.
Junto às diferentes formas de interagir das pessoas incomuns,
atípicas tirarmos meios de amar mais, não porque intimamente todos são únicos,
mas porque a diversidade é a beleza humana, então somos diferentes de direitos
iguais. Isso fica evidente especialmente ao percebemos que os atípicos têm
muito a nos ensinar quanto a variedade de modos para ser feliz, ter amor e paz.
Para isso eles foram formados, aos aceitá-los como são e, não como gostaríamos que
fossem, amamos mais e assim evoluímos como seres biopsicossociais e
espirituais.
Imaginemos melhor, observe uma sociedade que impõe a todos os mesmos
gostos e quer que ajamos como se padronizados, como em série, isto não seria
uma prática manipuladora, como essa nossa que se dizem pós-moderna?
Então temos que mais valorizar as subjetividades que as individualidades,
a diversidade e não a homogeneidade. Estas que são engôdos (meias verdades) para as tribos como, por exemplo: os roqueiros, gospel, fanqueiros,
entre outros, para que estas virem alvos
fáceis para o consumismo desregrados, meros instrumentos de massa de manobra do
mercado.
Então diante da falha sociedade, em valorizar as subjetividades e
a diversidade precisamos é focar nas nossas subjetividades infrafamiliares,
vividas tão intensamente com os atípicos, que nos ensinam o amor, que se expressam
no verbo - corporal repetitivo destes filhos, a fim de percebermos e
conceituemos qual o desejo deles e o potencializemos, respeitando em suas
perspectivas e delas com eles aprender a melhor viver. Pois eles encontram em
tudo, por mais simples que seja, beleza divinal.
Pensemos na estereotipia, a que pode ser um exemplo de práticas que doam
prazer ao filho e o que queremos é retirar o comportamento repetitivo sem ao
menos nos
perguntar se ele é prazeroso para eles, talvez porque
não entendemos ou achamos que será inconivente a terceiros observarem ou
sentirem nossos filhos assim agindo. Com esto, nem percebemos que evitamos
até destes terceiros apreenderem sobre os nossos
filhos e também evoluírem a aceitação e assim amar, e amando encontrar
paz.
Então, esta é uma forma triangular, escutar/ entender/ amar, que tem que
iniciar em cada um de nós, na qual se encontra meios de como podemos viver a
homeostase (equilíbrio) a partir do desejo do filho, expresso na estereotipia,
para melhor interação social, projetando-os para um futuro cada vez mais
autônomo. E o
deixar fluir e desenvolver o amor e não
nosso receio da atípica expressão, e disso o filho não ser apenas aceito e respeitado e, sim amado e liberto pela autonomia que
sabemos que eles são capazes de acessar.
E, por fim, portanto, entenderemos porque fomos agraciados com o
aprendizado do convívio com um atípico, aquele que diz:
Uns vivem outros, apenas amam.
Comentários
Postar um comentário
Os comentários serão de primeira e última responsabilidades dos seus autores. Portanto, esse espaço é para uma criticidade respeitosa e colaborativa. Então sejamos éticos. Obrigado por partilhar suas opiniões.