Democracia a vier a ser Participativa em Fernando de Noronha
Na atlântica Noronha, onde tudo
que acontece nasce e morre na Ilha, se diz que os golfinhos e tartarugas e,
agora, os sapos anômalos, os direitos destes são mais observados que os homens fazem
a sociedade presente, usa a razão como regra de alcance da dignidade. Uns
destes ilhéus, fizeram-me refletir até
quando direitos básicos continuaram na invisibilidades? Pois, tantos deles não
atuam na Democracia Participativa.
Talvez no Arquipélago, não porque
é ambiente de controle migratório e sim porque denuncie as diferenças sociais
de modo tão evidente, ao ponto que as pessoas sintam mais evidentemente uma
nova discriminação a cada turista que aqui pousa e amplia em cada ilhéu um
sentimento de colonizado, fenômeno que me faz senti os perversos estupros
sentidos pelas minhas ancestrais.
Todavia não me concentrarei em
nós herdeiros tupiniquins e sim de boa parte dos ilhados, miscigenados com os prisioneiros
políticos. Mas não poderia me furtar, de enfatizar que um excelente objeto de
pesquisa seria perceber em que diverge os filhos dos exilados políticos com os
pais dos meus pais.
Entretanto, voltemos enfim, em
Fernando de Noronha há pouca motivação ou interesse em participação política o
que denuncia algo tão sufocante a mim que nem tantas belezas naturais me
inspiram a esquecer esse povo tão lindo silenciado.
Provavelmente esse desapego do
ilhéu, irrite-me por suscitar a passividade de meus irmãos dizimados a mais de
meio milênio. E por isso sinto sangue, suor e lágrimas nos meus olhos tão
alucinógenos que ao perceber quanto meu País ainda é mero Estado e, tendo pouco
de Nação, pois sei que minha geração pouco terá que comemorar quanto nossa
pobre e recente democratização.
Em suma, por isso no passado
ansiei, e hoje ainda desejo ter sido aqui
exilado e, por não ter sido padeço. Naqueles tempos áureos as coisas pareciam
menos desamparadas de uma perspectiva de viver menos e amar mais. E apenas
porque tudo exalava a política participativa.
Porém, os ideias deram lugar a
agressão a ética, transformaram democracia e política em demagogia e hipocrisia.
A realidade aqui politicamente, do Pernambuco branco revolucionário, ao longo
da história é nítida que nada há para índios retomar suas terras ou os negros
voltarem a suas. Pois estes dois, ainda hoje, não terá onde repousar, nem a
arma política (conhecimento transformada em poder político – empoderamento)
usamos.
Porque somos duas faces do Brasil
marginal e marginalizados. Mortos e adormecidos. Violados e de violentados, internalizamos sua dor como anjos alados
podados, calados em dor banalizada, se não já naturalizado.
Será que este é o mesmo fenômeno
que acomete o pouco empoderamento do noronhense?
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