Por um mundo que se liberte através da sexualidade
Enfim tive um diálogo com um ianque sem se sentir agredido e sobre o Brasil atual, quando afirmei que o país
precisa melhorar através de cultura e informação e ele se espantava com as riquezas nossas sem sabermos usufruir delas. E sair dessa conversa com certa esperança.
Mas ao ler Os Monólogos da Vagina, de Eve Ensler,
lembrei que o ser humano é gerado Através do prazer, permitido ou violento. Mas
também há o gozo pago, aquele que compra miséria humana, ou expressa as mais
severas garras e presas humanas, todavia sempre, baseada na ética de
interesses e desejos imediatos e a todo preço.
Um destes contextos é
citado pela autora “Não, desde que os
soldados enfiaram um longo rifle dentro de mim. Tão frio o cano de aço,
abatendo meu coração. Não sei se dispararão o rifle ou atravessarão meu cérebro
com ele. Seis deles, médicos monstruosos, usando máscaras negras e enfiando
garrafas dentro de mim. Havia varas e um cabo de vassoura”.
Então, só em pensar que esses
relatos são silenciados, por não ter quem os evitar. E, pior ainda, é que há
quem lucre com o perverso gozo de alguns que ejaculam na miséria humana e, ainda hoje, nesse momento que leis-me, ocorrem, apoiado no famigerado que até no nome é discriminador, mercado negro:
“Não,
desde que faziam turnos de sete dias cheirando a fezes e carne defumada;
deixando seu sujo esperma dentro de mim. Tornei-me um rio de veneno e pus”
Há relatos quanto ao
direito ao corpo e ao prazer, que são negados ainda neste século, acontecia atrocidades
que o livro denuncia que vai desde a amputação do clitóris, costura dos lábios
vaginais a estupro e incestos.
Mas trágico mesmo é o
fato que as mulheres, segundo dados antropológicos e arqueológicos demostram
que elas eram tidas como mais evoluídas espiritualmente; mas hoje, tão dilapidadas em sua dignidade que muitas são levadas a sentirem responsáveis pelas violações sofridas; enquanto outras, reproduzem as regras de subordinação e machismo ao educarem
seus filhos; outras poucas, as conscientes de seu valor, lutam para contribuir para o bem estar de todas.
Entretanto não seria de
espantar pois o atual Brasil há até quem defendam a volta de repressão
militar imaginem.
Enfim, chegamos a um
crucial contexto, pois o mesmo homem que se crer ser beneficiado pela sua força
bruta é a maior vítima e, por isso, sofre a reação de sua própria estupidez,
basta observar os dados das vítimas dos crimes violentos letais e intencionais
– CVLI, quem mais morre, quem idades, classe social, grau de instrução, etc.
Então cabe-nos refletir
que homens e mulheres estão sendo esculpidos pelos papéis sociais por nós
delineados e recuperar a dignidade humana pelo respeito a diversidade que nos
faz indivíduos únicos, então diferentes, de direitos iguais.
Para começar o respeito a diversidade
afetiva das desigualdades sociais dada pelas questões de gênero, depois a afetivas
dos sexos e liberar todas formas de orientações afetivas LGBT’s , pois não
temos como determinar a felicidade alheia.
Enfim, que pensemos as
relações de poder através dos direitos a todos, a partir do acesso ao
conhecimento, mas que seja considerado as peculiaridades das diferenças e que tudo
seja público e todos possam decidir os seus caminhos de acordo com seus desejos.
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