PAIS E FILHOS ?

Não entendo em definitivo a razão de não se investir em esportes, cultura e lazer como base de oportunizar às crianças e os adolescentes o tempo necessário a moratória do desenvolvimento de suas personalidades.
É claro que esse investimento é onerosamente viável, logística e humanamente. Penso quantos campos, quadras e outros meios potencias para tais práticas dispomos.
Os governos parecem não dar a devida potencialidade a essa iniciativa. Preferem, por exemplo, combater o uso abusivo de psicoativos por parte dos adolescentes, sem um programa efetivo de deixar eles desenvolverem-se praticando uma destas citadas práticas (esportes, cultura ou lazer) onde potencializariam o auto conhecimento e respeito mútuo. Pelo contrário tratam toda e qualquer situação referente aos jovens com pouco espaço que viabilize a expressão das necessidades deles. Os gestores trazem as "soluções" prontas, e não dão a devida escuta  a eles, como se fossem incapazes de apresentarem suas próprias respostas.
Na realidade, parecem ver os adolescentes, partidos em uma visão estritamente cartesiana, propõem tratar as demandas destes com abordagem fraturadas.
Imaginemos com o esporte potencializa-se o auto controle e conhecimento e em especial, todas as práticas esportivas baseiam-se em interatividade, portanto sociabilidade.
A cultura, por sua vez, quando respeitosa as diversas expressões do continente geocultural que a Nação possui, necessariamente pode fazer um resgate e fomentar  unidades que nos fazem um povo  de relativa harmônia na diversidade. Crê-se que valorizar as culturas finca-se o altruísmo, respeitoso a nossa miscigenação.
O lazer, também atrelado a nossa vegetação e peculiares formas de povoamento e diversidades culturais inevitavelmente chega-se à virtude da juventude que é a inovação e promoção de iniciativas até então não pensadas, ante as complexas formas de viver que os jovens podem sugerir. Isso apenas possível se nossos jovens não forem mergulhados na pressa capitalista do consumismo alienante.E sim dado a eles espaços potenciais de desenvolvimento de suas faculdades intelectuais  e emocionais, inter relacionadas sem hierarquia de valoração. Uma fusão de ambos hemisférios cerebrais. Assim um ser  em perene evolução, um acordo entre desenvolvimento e preservação em detrimento de mero crescimento e degradação não só ambiental, mas sobretudo das relações afetivas.
Isso só pode pensado, se e somente se a juventude possa ser fomentadora de sua própria virtude.Que ela seja apoiada e não castrada. Guiada e não regida, sem tutela e sim reflexão. Isso compete necessariamente, a princípio em família, ambiente de educação e não ensino. Porém precisa-se que seja promovido outras formas de viver, e nela, na juventude, encontra-se a iniciativa inovadora, já que todos nos adultos estamos cegos a enriquecer a toda forma, em míope hedonismo.
Assim, parece que não interessa, esporte, cultura e lazer aos nossos gestores, pois não enriquece, não produz crescimento e sim harmoniza e distribui os benefícios ( neocomunismo?) e traz consigo desenvolvimento,  altruísmo compete ver beleza no umbigo alheio e não apenas no próprio. 
Porém essa é a única forma de paz que conheço, por isso espero que aos jovens sejam possibilitado espaço de criação e assim possibilitem novas formas de paz e amor. E não precisem fugir com crack ou outras formas de pulsão de morte em nome de uma vida zumbi.E se assim for que seja, Zumbi, o dos Palmares, revolta de tanta exploração. Miscigenados aos ancestrais donos naturais destas terras tupis, mesmos que antes e agora ainda explorados por novas formas de colonização, continuamos a não nos matar diretamente pela única razão de guerrear: todas formas de escravidão.

Comentários

Postagens mais visitadas