PSICÓTICOS E NEURÓTICOS:

Devemos comemorar a tardia decisão do Supremo Tribunal de Federal – STF referentes à constitucionalidade da popular Lei da ficha Limpa, ou lamentarmos pelo significativo atraso da efetivação dessa, e o pior, as brechas que ela possui?
Pensando dentro dessa mesma perspectiva, louvemos a questionável postura do presidente da CBF, ou nos autopunamos pela falta de leis que minimizem ou penalizem posturas corruptas?
Buscando refletir, aprofundo com a vivência de hoje (17/02/12): a caminho de meu trabalho, cruzei-me com um indivíduo visivelmente afetado psiquicamente, contido em um estereótipo de características de um cidadão em situação de rua. Incensava a rua a um raio de dez metros de distância e carregava sua casa nos ombros. O ocre que exalava, afirmava mais limpeza que a corrupção e a inércia omissa da falácia democracia brasileira, exemplificadas. A riqueza da casa do munícipe, de endereço nômade, relata sua decisão de negar tudo o que denuncia nosso delírio coletivo, que chamamos neoliberalismo.
Reflito que, a grosso modo, permita-me, usar o nosso terceiro personagem  (nômade) como um neurótico que se utiliza de uma possível psicose, ou seja, todos os que conseguem sobreviver em uma sociedade em suas contradições (neuróticos) precisam ser resilientes, a sobremodo,  a fim de não viver em um mundo paralelo (psicose), porém possivelmente mais equinânime que nossas formas de relações, baseadas em relações de poder, arbitrárias, como sempre.
Mas não se pode negar que ante o primeiro personagem (STF), sendo o último burocrático da lei, na qual a decisão dos seus ministros não foi unanime, diante da decisão do povo do qual emana o poder e em favor deste, ou seja, entre nossos juristas ‘supremos’, alguns fecham as portas para a participação democrática, parecendo crer que a parte da democracia representativa não possa ser questionada.
No entanto, psicotizante como o exemplo do Sr. Teixeira, o Brasil tem várias amostragens, sobretudo, entre nossos líderes políticos. Há quem diga que os políticos são o reflexo do seu povo. Eles não são exceção, e  sim a lamentável regra, ou ao menos é o que se autodenunciam com o simples indicador de tanta protelação, a uma iniciativa que teve que ser popular para chegar à efetivação. O que parece assim justificar, que nós neuróticos precisamos viver psicoticamente como o nosso herói sem teto, mas de libertação extrema. Então acatamos ser psicóticos (já que nossos líderes refletem-nos). Isso pode ficar nítido quando se percebe nossa omissão em não combatermos as mazelas atuadas pelos nossos representantes, ou calarmos diante das injustiças. Enquanto as barreiras para as instituições é a Constituição Federal, mesmo quando ela é visivelmente equivocada em certa temática, e a nossa é sempre e cada vez mais pelo individualismo egocêntrico, como se o próximo não fosse humano apenas por ser diferente ou destoa do consensual. Esquecem que toda a generalização é errada, basicamente pelo fato de ser implicitamente alienada.
Digo isso porque neuróticos esperneiam para que a maioria tenha o direito ao delírio coletivo com cunho de equidade, ao torrar o sol, festejando por esta, com momentos insignificantes de embriaguez e orgia.

Agradecimentos especiais à corretora gramatical M. Cheng.

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