ANARQUIA DO AMOR CRISTÃO


Será possível uma vida de maneira harmônica sem diferença e hierarquia, uma forma que todos sejam livres e todos responsáveis?
Ou a ambição, preguiça e injustiças serão sempre meios viáveis de se morrer mesmo que solitário e carente de paz e desesperadamente desiludido?
Eu já tendo dado a resposta ao categorizar uma forma de vivencia como vida e a outra morte, quero enfatizar que a anarquia é um modelo ideal de sociedade. Mas nesse sendo tão partilhado o poder pode ser resposta ao desespero dos que não creem no amor e respeito mútuo.
Existem esses desesperados e os que se aproveitam da pouca materialidade do amor e instituem apenas o direito, que não sendo justo atropela ainda mais a possibilidade de igualdade.
A pouca materialidade é a prova que o amor é o único caminho de vida, por que ela não se tem dono a nos é dado, como pode ser tirado a qualquer momento sem tempo determinado. Parece algo não palpável como o amor, ou seja, a vida e o amor são imateriais e o dono os toma como quer, são irmãos que se somam e se atam em cada momento de paz ou verdadeira alegria com equilíbrio.
Aos desesperados são suplantadas diversas verdades. Mas uma é a maior de todas, talvez a única. A saber, amar ao inimigo. Pois não existem nada material em que precisamos quando o sopro da vida nos abandonar.
No entanto a todos é preciso a citada igualdade de direitos, a liberdade para fazer bem a si e ao próximo e, sobretudo, a fraternidade entre todos. Isso em movimento transversal. Todavia são princípios não mortos em si, são dinâmicos e não passíveis. Eles precisam ser ações atuadas de dentro para fora, ou seja, sou igual ao outro, tenho liberdade exceto de invadir o espaço alheio e ser fraterno e isso não se tem a si mesmo.
Porém estes princípios são negociados e aleijados pelos detentores do poder. Este que foi instituído para distribuí-lo hierarquicamente como se existissem entre nos humanos uns melhores que os outros. O poder é a tentativa de materializar a vida, mas sem o amor.
Uma negação eloquente da igualdade, liberdade e fraternidade.  
Sim por que com a hierarquia do poder se nega a igualdade, castra-se a equidade de acesso ao direito dos bens que a sociedade construiu. Mesmo sabendo principalmente que toda ao forma de desenvolvimento humano tem pouco viés com o equilíbrio e conservação da natureza. Ou seja, não é desenvolvimento que a sociedade produz e sim crescimento.
A liberdade é roubada. Fraturada por zonas sociais para os ricos e classes médias e a comunidade, favelas e submundos para os pobres. Assim a liberdade é baseada na desigualdade. Aos ricos as construções como fortificações e o medo de perder sua riquezas conquistadas a custo da miséria alheia. A classe média o dever de conter os grupos perigosos ( pessoas que são selecionados pelo seu grau de marginalidade) para que estes não invadam as zonas sociais, onde os ricos esbanjam seus confortos. E aos pobres trabalhos análogos a escravidão.
A dificuldade, portanto, da fraternidade se conjuntura em não ter exemplo salutar para degustar das riquezas que a sociedade constrói. Quero dizer que a forma de degustar as riquezas necessariamente se sustenta na base de produção análoga a escravidão. Para tanto, se constitui diversas doutrinas segregativas e hierarquia entre os homens. Isso para justificar a não fraternidade, ou essa é apenas usada para se expressar piedade ou caridade. Como se uns de nós precisasse dessas benesses. Na realidade os carentes e empobrecidos ou miseráveis tem na sua evolução sócio-histórica situação de marginalidade, pobreza, escravidão.
O poder é, portanto a maior mazela que assombra a possibilidade de distribuição do conhecimento. A informação é fonte de poder. Desinformado o homem é dependente do outro, o desconhecimento processa a miséria da sociedade.
Tudo começa na falta de equidade no acesso ao conhecimento. O conhecimento pode ser a chave para uma revolução semelhante a da igualdade, liberdade e fraternidade. Essa tríplice garantia fundamental necessita para se efetivar do acesso irrestrito à informação do real conhecimento.
Não o conhecimento apenas dos livros, pois esses são necessariamente podados para a mantença do ‘desvalor’ dos diferentes dos modelos tidos como ideal o eurocêntrico, patriarcal, adultocentrico. E assim também, deve se desatrelar a política da religião, pois até nessa última, esses modelos da desigualdade se afiança.
Então, o amor da teologia cristã atado à política está contribuindo para a miséria humana. Essa forma de política é uma mentira ao verdadeiro amor ao próximo. Lembro aos teólogos que segundo escritos, salvo engano, apregoa o desapego à riqueza, o respeito às leis dos homens e, sobretudo, amar até ao inimigo. Uma proposta extrema de autonegação em nome da paz. Uma revolução libertária sem armas, em busca da igualdade e respeito às diferenças.
Portanto a teologia que serve assim a um falso amor, pois se atrela a bens matérias. Glorifica a miséria humana ao apoiar as diferenças que a política se afiança. E cala-se ante as omissões do Estado.
Condenam assim a doutrina anárquica que pretende igualdade ao extremo inclusive as responsabilidades. Não é em vão que anarquia virou sinônimo pejorativo. Mas sem ela não se tem liberdade de expressão, pois sem ela não se tem fraternidade, pois nada mais igual que a anarquia, onde todos seriam responsáveis e também recebedores dos lucros conquistados.
Então, os que se utilizam tanto do Estado como da política para se manter apenas com os lucros mentem sobre o anarquismo e destronam o amor apregoado pelo Cristo para que esses sejam alienantes. Ou seja, por exemplo, nos ensinam que nem todos podem dominar o poder ( como no anarquismo)  e também o amor expresso na real igualdade  (cristandade) o dividem apenas em ágape, filos e Eros, negam, sobretudo, que ele é a maior de todas virtudes e se expressa em pobreza material, ou melhor, distribuição das riquezas  e o fim da miséria.










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