SOLIDÃO MINHA GRANDE INSPIRAÇÃO

Nunca se sentisse como se tivesse sido furtado o mundo imaginário e mesmo a criticidade que parece não mais responder suas frustrações dessa vida?

Bem, deixa-me ver se ao menos isso consigo expressar.

É algo que se assemelha a não ter nascido. E se você tiver sido provocado a respirar, não fora a tapa do médico para dilatar o pulmão que lhe fez sofrer com a responsabilidade de não morrer sem ter feito algo de útil, e sim uma adagada em seu cérebro que lhe bitola a viver imerso a um permanente sofrimento.

 A apunhalada a cada inspiração penetra ainda mais invadindo sua consciência atacada a cada dia mais pela amargura presa no inconsciente. Esse último, antes preso era bom, pois existia um vazio que trazia irresponsabilidade. Agora ele invade  ela com sua amargura e deixa a consciência com uma áurea perecendo em meios desencontrados.

O exemplo do fato da guerra interna da consciência e do inconsciente é expresso na solidão perene. Ela lembra de que nem saudade tenho. Nunca configurei o que amizade e, muito menos amor. Como mesmo sendo sincero com meus amigos estou hoje sem nenhum deles? Isso é se era amizade mesmo.

Ou será que realmente éramos apenas usados pelo consumo do álcool, melhor, éramos escravos daquele vicio? Nas encenações teatrais, dos quais cheguei a crer que estruturamos amizade maior que uma vinculação familiar?

 Será que nasce e morre a sinceridade, quando os projetos chegam a divergir e todas as pessoas esquecem que a amizade é um laço invisível, mas que poderia ser base de unidade que poderia durar uma eternidade. Inevitavelmente me acusaras de carente e careta. Mas existe algo mais belo que a universalidade do amor?

 Mas tudo acabou será que amor não era sincero ou ele não existe? Creio que nenhum nem outro. Sempre que se reencontra pessoas verdadeiramente que temos carinho e respeito me sinto contemplado com o encontro. Já o amor, ele é que permeia todo contato intimamente humano.

Então porque teimamos em nos separar?

Parece que procuramos outras fronteiras a serem desbravadas. Buscamos alguém que possamos conservar escravos de nosso amor. Um indivíduo que nunca nos frustre ou aliene a outro a sua atenção afetiva?

Se assim for parece que precisamos rever o princípio desse amor. Ou não. Mas subornar as pessoas a um único destino, possivelmente o qual não seja dele próprio é muito temeroso, pois cedo ou tarde elas precisam ser delas mesmas.

Parece que então é mais temeroso depender da lealdade ou contato com as pessoas. As pessoas são mui libertarias e cada uma tem sua estrada a trilhar elas precisam desses passos, quase sempre acompanhadas, exceto com você. E só você é culpado. Pois se as quisessem próximo a você terias abdicado de seus sonhos para trilhar ladeados com os seus nos sonhos delas.

Então entendo agora o que me faz só: eu mesmo imerso em meus sonhos e desilusões. Pagando para ver qual o atropelo que me vencerá ou que dignidade que constatarei. Mas que um ou outra me iludirá que não estarei tão só. O que aperta o coração é que solidão é um doce ocre que me assola.  

Pago para ver aonde me levará essa percepção determinante. Como dizia o poeta ‘lá vai o ter com o menino, lá vai a vida a rodar, lá ciranda e destino a vida logo encontrar, lá vai o tem sem destino a vida logo encontrar (...)’**

**Música de Villa Lobos e Poesia de Ascenso ferreira.